2006/03/16
Paulo Portas e “O Estado da Arte”
Este é o título dum programa quinzenal na SIC Notícias, que P.P. inaugurou na 3ª feira da semana passada.
Não vi o programa, porque tinha saído para uma demorada reunião em Gouveia, essa noite.
O meu jornal diário deu nos dias seguintes apenas uma breve notícia de umas 250 palavras e, a avaliar pelas transcrições e comentários, concluo que PP esteve extraordinariamente cordato e amolecido.
Em substância, ele acha que Cavaco Silva será um Presidente “tendencialmente previsível” e que "os Estados precisam de sossego”.
Não parece o mesmo Paulo Portas que pouco antes da campanha para as eleições presidenciais defendia, no Porto, a necessidade de mudar radicalmente a actual Constituição, cheia ainda de toques esquerdistas, num País que votara claramente à direita nas autárquicas de Outubro e se preparava para votar também à direita nas presidenciais, como efectivamente votou em 22 de Janeiro.
Onde está esse Paulo Portas agora?
Veja-se o nosso poste de 12/12/2005, com o título “Qual é, em Portugal, o verdadeiro combate político do futuro próximo?”
Para não ficarem dúvidas sobre as mudanças de PP, ele próprio o diz, segundo o jornal: Cavaco Silva tem sido “claro ao definir um parâmetro, o respeito pela Constituição, e uma regra, a estabilidade”. Por isso, PP confia na “previsibilidade” do novo Presidente. Ainda que possa “cansar ou maçar”, “a previsibilidade em funções de Estado é uma virtude”, moralizou PP.
Deverá o País estar todo tão contentinho assim? - pergunto.
Parece que até o jornal deverá ter-se sentido encavacado com a mudança radical de PP, para surpreendentemente lhe esconder as declarações num cantinho ao fundo duma página interior.
A.C.R.
Não vi o programa, porque tinha saído para uma demorada reunião em Gouveia, essa noite.
O meu jornal diário deu nos dias seguintes apenas uma breve notícia de umas 250 palavras e, a avaliar pelas transcrições e comentários, concluo que PP esteve extraordinariamente cordato e amolecido.
Em substância, ele acha que Cavaco Silva será um Presidente “tendencialmente previsível” e que "os Estados precisam de sossego”.
Não parece o mesmo Paulo Portas que pouco antes da campanha para as eleições presidenciais defendia, no Porto, a necessidade de mudar radicalmente a actual Constituição, cheia ainda de toques esquerdistas, num País que votara claramente à direita nas autárquicas de Outubro e se preparava para votar também à direita nas presidenciais, como efectivamente votou em 22 de Janeiro.
Onde está esse Paulo Portas agora?
Veja-se o nosso poste de 12/12/2005, com o título “Qual é, em Portugal, o verdadeiro combate político do futuro próximo?”
Para não ficarem dúvidas sobre as mudanças de PP, ele próprio o diz, segundo o jornal: Cavaco Silva tem sido “claro ao definir um parâmetro, o respeito pela Constituição, e uma regra, a estabilidade”. Por isso, PP confia na “previsibilidade” do novo Presidente. Ainda que possa “cansar ou maçar”, “a previsibilidade em funções de Estado é uma virtude”, moralizou PP.
Deverá o País estar todo tão contentinho assim? - pergunto.
Parece que até o jornal deverá ter-se sentido encavacado com a mudança radical de PP, para surpreendentemente lhe esconder as declarações num cantinho ao fundo duma página interior.
A.C.R.