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2006/03/15

O que foi o Círculo de Estudos Sociais VECTOR? (4)
A Universidade Livre – 2 

(ver poste anterior sobre o assunto)

Caríssimo A.C.J.A.,

Desculpe-me ter sido tão longo no meu último poste para responder à sua pergunta sobre o VECTOR, a seguir a outros dois não muito menos longos.

Prometo acabar hoje.

Aliás falei do VECTOR desenvolvidamente também em diversos postes de 2004 que poderá consultar, naturalmente (ver, entre outros, os postes da série “Um Balanço do Nacionalismo Português Actual”, iniciada em
2004/02/03).

A matéria que hoje vou resumir estará até melhor explicada aí.

Encerrada a aventura da Universidade Livre, épica em sentido figurado mas algumas vezes épica também no sentido próprio, seria natural que “desarmássemos tendas e acampamentos” e regressássemos a casa, isto é, às tarefas profissionais do dia-a-dia e às familiares de sempre.

Mas não.

Em primeiro lugar, porque era preciso liquidar o passivo enorme que as infelizes decisões do ministro da Educação da altura (João de Deus Pinheiro) nos tinham deixado nos braços.

Para isso, ao longo de muitos meses, foi necessário obter dos credores diversíssimos acordos de pagamento (com bancos, fornecedores, pessoal docente e não docente, Segurança Social, etc.) e, para lhes pagar, vender pelos melhores preços o importante património construído, que a UL adquirira e usara para exercício das suas actividades e funções, durante os oito anos da sua existência.

Foi também necessário continuar as guerras em tribunais nos processos ainda pendentes, de que principalmente se ocuparam, com enorme dedicação, os Advogados Drs. José Carlos Athayde de Tavares, Manuel Metello, Cardoso Dias e Miguel Cruz Rodrigues.

Há processos destes que ainda hoje não estão arrumados, mas, quanto a pagamentos aos credores, todos os acordos feitos estavam cumpridos pouco mais de um ano depois de Outubro de 1987, quando encerrámos a UL e quando os alunos já tinham encontrado lugar nas outras Universidades privadas (e alguns nas públicas), o que foi um maná para elas. Note-se também que todo o pessoal, docente e não-docente, à medida que deixávamos de carecer dos seus serviços, encontrou rapidamente colocação, em geral também nas outras Universidades privadas, o que igualmente não deixou de ser outro maná para elas.

Fomos o grande viveiro de currículos e programas didácticos e de professores, alunos e pessoal não-docente especializado, que facilitaram decisivamente a vida das quatro ou cinco novas universidades privadas, autorizadas à pressa pelo Ministério da Educação, sem garantia de meios técnicos e de ensino que elas não tinham. A não ser que os sacassem à UL, para o que o ME lhes fez servilmente o frete de destruir esta muito oportunamente, destruição em que, não se sabe ainda porquê, o ME se comportou como promotor dela e primeiro interessado.

A maior guerra travada na direita depois do 25 de Abril, terminava assim, muito ingloriamente para uma das partes, a nossa, e vergonhosamente, mas com enormes proveitos, para a outra parte, a das novas Universidades, que de imediato fixaram as suas propinas em mais do dobro anual daquilo que os alunos pagavam na UL!...

O caro A.C.J.A. não devia ter-me puxado tanto pela língua.

Afinal, estendi-me mais que contava e tenho de prosseguir ainda noutro poste.

A.C.R.

(continua)

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