2006/03/21
Mais vencedora agora que nunca,
Estará a direita portuguesa também
Mais derrotada agora que nunca?
É certo e sabido que o CDS se debate num duelo interno entre duas facções, a vencedora da última eleição do presidente do Partido, Santos e Castro, e a então derrotada, de facto supostamente encabeçada por Paulo Portas.
É igualmente certo e sabido que o Congresso do PSD do último fim de semana não passou duma forma de preencher passageiramente, e de algum modo envergonhadamente, o palco político, adiando de facto quase tudo o que seria importante.
Os “jovens” lobos do Partido, aqueles que lhe asseguram o futuro – e que já foram efemeramente Poder, onde acrescentaram muito saber e experiência, ao saber e experiência e intuição que já levavam – esses mostraram claramente que estão e estarão presentes, mas que não têm pressa.
Isto é, estes deram-nos a certeza de que a direita não está derrotada e, na minha opinião, por nem sequer estarem impressionados com o que se passa no CDS, revelaram silenciosamente que não duvidam de quais ali acabarão vencedores, mais tarde ou mais cedo, e que contam com eles.
Acredito que é uma espécie de bênção providencial que a direita portuguesa, neste momento, após triunfos como nunca, não possa nem deva apresentar-se triunfalista, mas modesta, auto-crítica e cautelosa, com problemas que a obrigam a reflectir e a preparar-se melhor para os lances que a esperam.
A direita sabe que do governo de José Sócrates “não vem mal ao mundo” para a direita, porque - salvo algum folclore em contrário* e depois das hesitações normais – são valores e metas de direita que asseguram a José Sócrates os sucessos que vem tendo, como sempre dissemos aqui que teria de acontecer.
Sócrates está a conquistar por isso muita gente à direita e a perder muita à esquerda. Não é um mal para a direita, para os valores de direita, mas é um perigo para os poderes partidários de direita, que se sentem em risco de não recuperar o Poder em tempo útil.
Quer dizer: Sócrates, com mais afinidades tipológicas com um PM de direita que com um PM socialista, torna-se crescentemente o grande adversário dos partidos à direita.
Isso significa também que, para virem a ganhar o Poder, esses partidos terão de começar por descobrir um candidato a potencial PM tão bom e, se possível, melhor que Sócrates.
Se o não conseguirem, não é para já uma tragédia de Portugal, mas apenas uma eventual tragédia das suas máquinas e clientelas partidárias.
Caso tenham a inteligência de o perceber, cometerão menos erros e passarão menos tempo ostracizados.
Boa sorte!
A.C.R.
*Folclore que terá de ir corrigindo e a direita terá de combater duramente, para não se converter em mais que folclore.
É igualmente certo e sabido que o Congresso do PSD do último fim de semana não passou duma forma de preencher passageiramente, e de algum modo envergonhadamente, o palco político, adiando de facto quase tudo o que seria importante.
Os “jovens” lobos do Partido, aqueles que lhe asseguram o futuro – e que já foram efemeramente Poder, onde acrescentaram muito saber e experiência, ao saber e experiência e intuição que já levavam – esses mostraram claramente que estão e estarão presentes, mas que não têm pressa.
Isto é, estes deram-nos a certeza de que a direita não está derrotada e, na minha opinião, por nem sequer estarem impressionados com o que se passa no CDS, revelaram silenciosamente que não duvidam de quais ali acabarão vencedores, mais tarde ou mais cedo, e que contam com eles.
Acredito que é uma espécie de bênção providencial que a direita portuguesa, neste momento, após triunfos como nunca, não possa nem deva apresentar-se triunfalista, mas modesta, auto-crítica e cautelosa, com problemas que a obrigam a reflectir e a preparar-se melhor para os lances que a esperam.
A direita sabe que do governo de José Sócrates “não vem mal ao mundo” para a direita, porque - salvo algum folclore em contrário* e depois das hesitações normais – são valores e metas de direita que asseguram a José Sócrates os sucessos que vem tendo, como sempre dissemos aqui que teria de acontecer.
Sócrates está a conquistar por isso muita gente à direita e a perder muita à esquerda. Não é um mal para a direita, para os valores de direita, mas é um perigo para os poderes partidários de direita, que se sentem em risco de não recuperar o Poder em tempo útil.
Quer dizer: Sócrates, com mais afinidades tipológicas com um PM de direita que com um PM socialista, torna-se crescentemente o grande adversário dos partidos à direita.
Isso significa também que, para virem a ganhar o Poder, esses partidos terão de começar por descobrir um candidato a potencial PM tão bom e, se possível, melhor que Sócrates.
Se o não conseguirem, não é para já uma tragédia de Portugal, mas apenas uma eventual tragédia das suas máquinas e clientelas partidárias.
Caso tenham a inteligência de o perceber, cometerão menos erros e passarão menos tempo ostracizados.
Boa sorte!
A.C.R.
*Folclore que terá de ir corrigindo e a direita terá de combater duramente, para não se converter em mais que folclore.
