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2005/12/05

“A Direita Ventríloqua”
Ou a verdadeira esperança dos Portugueses 

Escreveu há dias Vasco Pulido Valente.

“A eleição de Cavaco, com a estúpida expectativa que suscitou, vai provavelmente dividir a direita e até, em princípio, o PSD. Não se imagina a direita que vai votar no mito de Cavaco a viver com a realidade de Cavaco”

Segundo a última (?) sondagem, publicada em 24 pº. pº., Cavaco Silva ganha logo na 1ª volta com 57% dos votos personalizados.

Esses 57% são votos da direita?

Muito deles talvez sejam apenas Portugueses.

No mesmo dia, Mário Mesquita chama-nos a “Direita Ventríloqua”.

Porque Cavaco Silva diz uma coisa, isto é, garante o seu indefectível respeito pela actual Constituição; e uns tantos dos “seus apoiantes mais destacados”, como Balsemão, Morais Sarmento, Rui Machete, dizem alto aquilo que, como se saísse do ventre da organização, essa organização realmente pensa e quer, isto é, a presidencialização do regime, na convicção ou na esperança de que essa ambição acabará por impor-se ao próprio Cavaco.

Ou seja, no fundo, Mário Mesquita não acusa a direita de “estúpida expectativa”, como VPV mas teme, pelo contrário, que a direita esteja, colectiva e sorrateiramente, a preparar-se para, com Cavaco, acabar por levar a água ao seu moinho.

Mário Mesquita termina, no entanto, o seu artigo deixando adivinhar dúvidas de que Cavaco Silva esteja à altura de desígnio tão ousado ou de que a “confluência de manifestações de vontade com vista ao reforço dos poderes constitucionais se inscreva em qualquer projecto conspirativo em curso”.

Claro que não.

Mas ajuda a criar o ambiente para que a constituição venha a ser reformada, quando a grande maioria (e 57% é já uma grande maioria, mas mais ainda os 65% ou 72% da mesma sondagem, para a 2ª volta) quando essa grande maioria, repito, tiver inevitavelmente interiorizado a necessidade da presidencialização do regime.

É, de certo modo, também V.P.V. que o anuncia nestas palavras doutro artigo seu, a que chamou “Delírios”, na véspera apenas do anterior.

“Cavaco anda por aí a espicaçar, e da pior maneira, diz V.P.V., a esperança dos portugueses. Se depois não mudar o país de ponta a ponta, não o espera a homenagem da pátria agradecida. Ele que repare nas linhas com que se cozeu”

A.C.R.

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