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2005/01/17

CONTRA INFORMAÇÃO
O Caso dos seguranças contratados pela fnr (ou frente nacional-racista). 



V. “Contra Informação” anterior.

O Chefe fingiu não ouvir a pergunta ou fez-se distraído.

Mas o teimoso insistiu com mais força.

“Para quê contratar seguranças? É assim grande o perigo? E não somos capazes de nos defendermos a nós próprios?”

O Chefe respondeu que “é preciso profissionalizar os nossos meios e a nossa política, isto já não é para amadorismos.”

O outro retorquiu.

“É então a isso que chamas fazer política! Lá para fora deste a imagem de que nos sentimos cercados, que somos gente acossada de todos os lados. É a fnr em estado de sítio!”

Mas não parou.

“Não estarás a dar-te importância demasiada? Antes de contratar seguranças era preciso examinar com rigor quem são os adversários donde podem vir ao ataques. Quem são?… E donde vem o dinheiro para pagar aos seguranças?...”

Aqui o Chefe embatucou visivelmente.

“Ora! – disse – Chegaram aí alguns donativos inesperados…”

“Inesperados?! – retorquiu o teimoso – E é com donativos inesperados que pensas pagar os encargos certos dos seguranças! Quantos são eles?...”

“Isso é reservado, como compreendem todos” – argumentou o Chefe, parecendo-lhe que os calava a todos.

“De resto… – continuou, certo de que assim era irrespondível – de resto, trata-se de camaradas que recebem pouco, fazem-no por dedicação à fnr.”

Aí é que caiu o Carmo e a Trindade.

“Camaradas!?” – exclamou o teimoso seguro de que agora o Chefe já não lhe escapava.

“Camaradas que se fazem pagar!?”

“Brincas connosco, Chefe. Camaradas mercenários, queres dizer, mas não hesitas em desculpá-los!”

Alguns outros deram sinais ostensivos de apoiar o teimoso.

Mas houve uns tantos que exigiram o fim da comprometedora discussão.

“Há coisas que não são para decidir fora das reuniões do Conselho Supremo. Pois são segredos a defender intransigentemente” – explicou um moderador.

O Chefe aproveitou a desorientação, para tentar mudar de assunto.

E explicou.

“Temos um ponto de ordem que não podemos adiar por mais tempo. É para esclarecer já! Trata-se do nosso falado e tão explorado anti-portuguesismo.”

A.C.R.

(continua)

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