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2005/01/21

CONTRA INFORMAÇÃO
Contra os que acusam a fnr de ser anti-nacional e anti-portuguesa … 

(continuação)

“Coisas de invejosos! – garantiu o chefe da fnr – Há que repetir até à exaustão que os nossos detractores são uma cambada de invejosos. Não nos perdoam os grandes sucessos dos nossos desfiles e ajuntamentos, mas sobretudo a profundidade, a originalidade e o eco das gargalhadas com que é acolhida a doutrinação que vimos fazendo entre a rapaziada. Sabeis como se multiplicam a um ritmo alucinante os papagaios que nos roubam as mais finas ideias e argumentos.

“Se já não tivermos nada a chamar-lhes, chamemos-lhes invejosos!

“Os invejosos serão cada vez mais. Não poderemos evitá-los. São a prova do nosso sucesso! O filósofo José Gil diz que somos um povo de invejosos. Mas ainda não chegámos à perfeição. A consolidação sem regresso do nosso triunfo exige que os dez milhões e meio de Portugueses cheguem à excelência como invejosos dos triunfos da fnr. Nem precisarão de votar. Bastará …”

“Votar para quê?” – interrompeu um dos luminares maiores da fnr.

“Ora, para quê! Para termos a maioria!”

“Há coisas mais importantes que a maioria, mas vamos lá, enfim… Para já talvez não seja mau… – concedeu o luminar - Mas como consegui-la?”

“Talvez nem seja necessária uma campanha por aí além – explicou o chefaço – de tal modo a Internet já levou longe a difusão da nossa principal e única tese importante. É quanto basta! Racismo, só racismo, todo o racismo que for necessário, até os eleitores enjoarem. O enjoo e o vómito serão o sinal seguro de atingirmos os nossos objectivos. Dóceis e enfraquecidos pelos vómitos, os eleitores dos subúrbios e das grandes cidades por eles contagiados votarão em massa na fnr. A vitória é nossa! Depois é só suspendermos a Constituição e aplicar por decretos as nossas grandes reformas políticas! A começar pela mobilização militar de toda a população do País, para a expulsão – a bem ou a mal – de todos os imigrantes…”

“Todos?! – objectou o luminar - Porque não só os pretos?”

“Sim, talvez só os pretos…” – concedeu o chefe.

“E não temes que a Europa nos não ajude?... Nem nos autorize as expulsões?...” – objectou o luminar, feito cardeal-diabo.

O chefe encheu o peito de ar e arrogância.

“ O que importa não é a Europa – disse ele com voz muito grossa – Importa é a “nossa” Europa. A Internacional ou Confraria dos partidos como a nossa fnr… Somos muito poderosos internacionalmente. Isso é que conta! E o nosso é o mais credível de todos os fnr´s europeus. Porque nunca pedimos dinheiro a nenhum dos outros. É que nós somos mais europeístas que ninguém. À nossa maneira, é evidente. Só entre fnr´s, porque todos os demais partidos europeus não passam de mundialistas encolhidos, anti-identitários, liberalistas, exploradores do suor da classe média e dos comunistas, capitalistas infrenes.”

“Bem… - interveio outra vez o cardeal-diabo - … E os que parece que se pareciam – salvo seja! - com a nossa fnr, para chegarem ao poder, ou lá durarem, trataram logo de repudiar o racismo e a xenofobia. Por exemplo…”

“Para que são precisos exemplos, camarada?” - gritou o inteligente (lembram-se dele) - Nem os nomes se lhes deve pronunciar!”

“Atrai o mau olhado?” – brincou um.

“Atrai, o caraças!”- respondeu o inteligente com profundo desprezo.

Mas o presidente mandou que todos limitassem as suas intervenções à pura ordem dos trabalhos.

“ Schiu!” – repetiu ainda mais forte o presidente para todos perceberem.

“Schiu, pois!” – voltou a insistir.

Mas o inteligente não fez caso e argumentou voltado para o europeísta.

“Isso quer dizer que, em matéria de Europa e muletas europeístas ... não vamos longe?...”

“Qual quê!” – respondeu outro, o mais completo europeísta do grupo, reconhecido como tal por todos.

“O que temos é de ganhar a confiança do eleitorado pelo nosso portuguesismo!” – explicou.

“ Mas em grande, camaradas!” – acrescentou o Chefão, por sua vez, cheirando-lhe a ares favoráveis.

Via-se que estava a aquecer para tiradas de ainda maior alcance. O olhar dele pusera-se furioso, os gestos eram ainda nervosos mas decididos, os longos cabelos em pé, como se de repente tivessem ficado lavados e secos. Etc.

“Temos de aparecer mais ostensivamente anti-católicos. Não podemos deixar que nos confundam com salazaristas beatos. As outras religiões ainda passam, mas o catolicismo que destrói a independência nacional e nos torna súbditos do colossal império vaticano, não!”

Apoiado! Apoiado! – gritaram quase todos.

Só o cardeal-diabo não parecia convencido.

“E os muçulmanos? – disse -… Esses cabem cá?... No nacional-racismo português?”

O chefão ficou visivelmente atrapalhado. Mas logo arrebitou.

“Claro que sim! Esses já nós não temos que recear. Já uma vez corremos daqui com eles para Marrocos, tornamos a fazê-lo quantas vezes quisemos!”

“Talvez para Israel desta vez…” – acrescentou com manifesto gozo.

A pequena assembleia voltou a explodir em aplausos. Todos perguntavam e insistiam, com os olhares a luzir de volúpia.

E que mais?

Queremos mais! Anda, dize lá!

Não te faças caro, grande sorna!

Temos de tornar-nos Portugueses de verdade. Põe para aí tudo o que é preciso fazer mais, gaita!

O Chefão, como verdadeiro, grande e carismático inspirador inspirado, não se fez rogado.

“Ora, camaradas! É preciso refazer toda a nossa História, contá-la à nossa maneira.”

A.C.R.

(continua)

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