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2005/01/18

Os “brandos costumes” dos Portugueses…
Vistos por José Gil. 

Chamo a atenção para a entrevista do filósofo e professor catedrático José Gil, dada à “Pública” do último Domingo.

Vem a propósito do seu livro, acabado de editar, “Portugal Hoje – O Medo de Existir”.

E quase coincidiu, a entrevista, com o juízo feito na “Nouvel Observateur” sobre o filósofo, considerando-o um dos “25 grandes pensadores de todo o mundo” (suponho que da actualidade).

Na entrevista, toda a importância dada às características dos Portugueses contemporâneos, em sociedade, vai para o medo e a inveja, que no fundo os impedem de viver e os limitam a simplesmente vegetar.

O medo gera a cobardia e faz que em Portugal nada aconteça, assegura José Gil (como aliás foi evidente “durante o salazarismo”, diz ele também).

A inveja por seu lado é hostil à iniciativa, acabando por penalizar e destruir ou paralizar toda a iniciativa e todas as energias, assegura igualmente José Gil.

O resultado é o mesmo: o medo e a inveja reforçam-se, no sentido de que, em Portugal, nada verdadeiramente aconteça.

Cuidado! O filósofo está, se calhar, a estender-nos um isco, talvez mesmo a puxar-nos descaradamente pela língua.

Pois, então, aí vai.

Penso que um dos piores males nacionais é os nossos intelectuais, em geral, terem grandes dificuldades em compreender o seu próprio País/Nação.

Sou tentado a acreditar que aquele dia e naquela hora o entrevistador não apanhou o Doutor José Gil virado para o lado certo, de tal modo se afigura redutora a maneira como o Professor então olhou Portugal e os Portugueses.

É impossível, atrevo-me a afirmar, que o livro seja tão redutor e unilateral. Porque, na verdade, o que da entrevista resulta é fundamentalmente o medo e a inveja dos Portugueses, como a coisa mais normal e intrínseca deles.

Não somos e fomos mais nada de largamente positivo, Senhor Professor, senão os nossos medos e invejas?

Achincalhar-nos a tal ponto nada pode trazer imediatamente de saudável.

A não ser, naturalmente, reacções doridas e indignadas como esta.

A.C.R.

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