2005/01/24
CONTRA INFORMAÇÃO
Glosando o carácter anti-português da fnr
(continuação)
Decidido a explicar-se estava o Chefe, mas o fôlego era agora mais curto, como se subitamente tivesse redescoberto as suas próprias fraquezas e os seus explicáveis temores.
“Bem”, disse consigo, para animar-se, “o pior está passado, o que falta explicar é o mais fácil.”
“Logicamente – recomeçou, cautelosamente – é em função do nosso asco ao catolicismo que temos de refazer a História.”
Parou por instantes, a sondar as reacções.
Mas nada. Por isso bateu com mais força.
“A Reconquista, as Descobertas, a Expansão, a Evangelização, toda essa treta são mitos para rever e enterrar.”
“Caramba!” – gemeu um que só agora estava a ser iniciado nos arcanos teleológicos da fnr – frente nacional racista.
“Explica lá isso!” – pediu o mal iniciado, com humildade e temor reverencial.
“Fixa isto bem, pá. Só fomos longe nos mares… porque tínhamos barcos e tínhamos aprendido a nadar” – explicou o Chefão cheio de benevolência.
“Sabes o que eram os “ratinhos”?
“Eram os beirões que vinham por aí abaixo, até Lisboa, para aprender a nadar, ali no Algés e Dafundo, e depois iam para os cais do Tejo oferecer-se para embarcar, em troca dumas côdeas.
“Foi com essa porcaria de gente que conquistámos o Mundo, como “eles” dizem…
“Que glória de esfomeados!
“Palavra que é chato desmistificar tudo, mas que havemos de fazer?
“O Portugal que nos têm querido impingir nunca existiu!
“É uma criação de mentes paranóicas.
………………
“Tudo isso não acrescentou nada aos Portugueses da primitiva Guimarães, reunidos na batalha de São Mamede… por exemplo.
“Mas, desde então, dominados pela Igreja, a partir do tratado de Zamora…
“Desde então portámo-nos na verdade como ciganos viageiros, sem destino próprio, sem rei nem roque, levados pela trela às ordens de Roma.
“O que importa é apagarmos esse passado de servidão…
“Só a raça vimaranense de há uns novecentos anos lá chegará!
(Hão-de topar-se alguns exemplares ainda, com certeza.)
“E será com essa raça pura, reencontrada e recuperada, que vamos construir Portugal, finalmente liberto dos seus mitos infantis. E no seio duma Europa de fnr´s sem mitos, que pensam exactamente como nós!
(Os tristes!)
“Tinha dito”, o Chefaço, percebia-se.
Desta vez não houve aplausos nem estardalhaço algum.
Os fnristas sentiam, sem carecer de explicá-lo, que isso seria pior que profanação.
Tinham achado e interiorizado os seus profetas e os seus condotieres supremos.
Segui-los-iam de ora em diante cegamente, por montes e vales – maneira fiel, embora pindérica, de exprimir os sentimentos exaltantes daqueles que saíram dali a jurar que nunca mais trairiam porque, de súpeto, se tinha, para todos,
FEITO LUZ!
Ou uma nova forma de trevas, lembrou-nos à saída, agora ao ouvido, o cardeal-diabo daquela gente.
“Mas cuidado com eles! – advertiu logo a seguir – Agora esses radicais deram em mostrar-se chorões, uma pecha algumas vezes exibida, que lhes vem de longe… Faz desconfiar.”
Chorões?!
Poucos entenderíamos o cardeal-diabo.
A.C.R.
Decidido a explicar-se estava o Chefe, mas o fôlego era agora mais curto, como se subitamente tivesse redescoberto as suas próprias fraquezas e os seus explicáveis temores.
“Bem”, disse consigo, para animar-se, “o pior está passado, o que falta explicar é o mais fácil.”
“Logicamente – recomeçou, cautelosamente – é em função do nosso asco ao catolicismo que temos de refazer a História.”
Parou por instantes, a sondar as reacções.
Mas nada. Por isso bateu com mais força.
“A Reconquista, as Descobertas, a Expansão, a Evangelização, toda essa treta são mitos para rever e enterrar.”
“Caramba!” – gemeu um que só agora estava a ser iniciado nos arcanos teleológicos da fnr – frente nacional racista.
“Explica lá isso!” – pediu o mal iniciado, com humildade e temor reverencial.
“Fixa isto bem, pá. Só fomos longe nos mares… porque tínhamos barcos e tínhamos aprendido a nadar” – explicou o Chefão cheio de benevolência.
“Sabes o que eram os “ratinhos”?
“Eram os beirões que vinham por aí abaixo, até Lisboa, para aprender a nadar, ali no Algés e Dafundo, e depois iam para os cais do Tejo oferecer-se para embarcar, em troca dumas côdeas.
“Foi com essa porcaria de gente que conquistámos o Mundo, como “eles” dizem…
“Que glória de esfomeados!
“Palavra que é chato desmistificar tudo, mas que havemos de fazer?
“O Portugal que nos têm querido impingir nunca existiu!
“É uma criação de mentes paranóicas.
………………
“Tudo isso não acrescentou nada aos Portugueses da primitiva Guimarães, reunidos na batalha de São Mamede… por exemplo.
“Mas, desde então, dominados pela Igreja, a partir do tratado de Zamora…
“Desde então portámo-nos na verdade como ciganos viageiros, sem destino próprio, sem rei nem roque, levados pela trela às ordens de Roma.
“O que importa é apagarmos esse passado de servidão…
“Só a raça vimaranense de há uns novecentos anos lá chegará!
(Hão-de topar-se alguns exemplares ainda, com certeza.)
“E será com essa raça pura, reencontrada e recuperada, que vamos construir Portugal, finalmente liberto dos seus mitos infantis. E no seio duma Europa de fnr´s sem mitos, que pensam exactamente como nós!
(Os tristes!)
“Tinha dito”, o Chefaço, percebia-se.
Desta vez não houve aplausos nem estardalhaço algum.
Os fnristas sentiam, sem carecer de explicá-lo, que isso seria pior que profanação.
Tinham achado e interiorizado os seus profetas e os seus condotieres supremos.
Segui-los-iam de ora em diante cegamente, por montes e vales – maneira fiel, embora pindérica, de exprimir os sentimentos exaltantes daqueles que saíram dali a jurar que nunca mais trairiam porque, de súpeto, se tinha, para todos,
FEITO LUZ!
Ou uma nova forma de trevas, lembrou-nos à saída, agora ao ouvido, o cardeal-diabo daquela gente.
“Mas cuidado com eles! – advertiu logo a seguir – Agora esses radicais deram em mostrar-se chorões, uma pecha algumas vezes exibida, que lhes vem de longe… Faz desconfiar.”
Chorões?!
Poucos entenderíamos o cardeal-diabo.
A.C.R.
Etiquetas: racismo e racialismo