2004/12/02
A melhor oportunidade para Santana Lopes
E a sua Geração ?
Talvez…
Quais os cenários dentro do PSD ?
Parece ser essa a grande questão da campanha que desde ontem começou para as eleições legislativas antecipadas, em Fevereiro/2005.
Esse inevitável debate dentro do PSD vai mesmo, muito provavelmente pelo menos, ser o principal pólo das atenções gerais dos eleitores. Pode acontecer isso a tal ponto, essa focagem geral das atenções sobre os eventuais candidatos do PSD, sejam quais forem, que isso se torne a principal rampa do seu lançamento a nível nacional perante todos os eleitores, ocultando e fazendo esquecer em toda a parte os candidatos dos outros partidos e tudo o que lhes diga respeito.
Para já, o que vai suceder dentro do actual partido maioritário, pelo que respeita à emergência de novos candidatos à sua chefia e à chefia do futuro governo ?
Creio que só um teria, à partida, a vitória segura: o próprio Cavaco Silva. Segura para ganhar o Partido e segura para ganhar as eleições.
Poucos, creio, acreditarão na possibilidade de isso se concretizar, pois que é difícil imaginar C.S. para aí virado.
Mas seria mais fácil conseguir que o próprio C.S. apadrinhasse um candidato seu e convencesse o País de que seria como se esse candidato fosse o seu duplo ?
E onde está o “psd” que a tal se sujeite ?
Mas parece ainda mais difícil conseguir algum “psd” que se arrisque a candidatar-se, enfrentando ou “varrendo” para o lado o candidato natural, isto é, Santana Lopes.
A não ser que Santana Lopes, ele mesmo, destroçado psicologicamente e desiludido tome a iniciativa de afastar-se.
A verdade é que, nestas primeiras horas, a seguir ao anúncio de que o PR iria antecipar as legislativas, nada no comportamento de Santana Lopes o mostra como destroçado, nem irremediavelmente desiludido.
Isto é, se Santana Lopes mantiver intocada a sua capacidade e vontade de lutar e varrer adversários, na sua frente, ele vai ser um duríssimo-íssimo osso de roer, para qualquer “psd” que sonhe aventurar-se.
Sobretudo se ele considerar essa guerrilha como apenas a primeira etapa das próprias eleições legislativas e conseguir, como sempre soube, capitalizar a vitória interna em proveito da necessária vitória nacional.
Para já, tem obra realizada, em quatro meses, que suporta qualquer comparação.
Um só senão: o tempo é pouco, para meter na linha todos os adversários.
Mas seria ainda menos, para qualquer rival interno que queira desafiá-lo.
No plano externo ao seu Partido, os adversários, candidatos dos outros partidos, têm graves handicapes todos eles. Por tudo isso, esta pode realmente ser a grande oportunidade nacional de Santana Lopes. E se não ganhar já, tem de reservar-se para as eleições legislativas seguintes, que pouco mais de dois anos distarão destas, a meu ver.
Nessa altura já Cavaco Silva estará em Belém, mais sereno, e já terá percebido que essa “geração” de Santana Lopes não é a de políticos e estadistas “medíocres” sobre que tão inoportunamente há dias especulou.
Seia, 30.11.2004
A.C.R.