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2004/11/24

Depois de Trinta Anos de Costas Voltadas…
Será agora o Regresso de Portugal ao Mar? 



(continuação)

O Coordenador da Comissão Estratégica dos Oceanos, Tiago Pitta e Cunha, na apresentação das 250 propostas que constam do relatório desta, de que aqui escrevi ontem, não teve papas na língua ao dizer: “Portugal virou literalmente as costas ao mar há 30 anos”.

Se assim é, pode dizer-se que isso bastará para condenar inapelavelmente todos os governos que nesses 30 anos, desde 1974, se vêm sucedendo ao leme do País.

Propor um programa para melhorar radicalmente as capacidades nacionais de gestão e exploração do oceano, de desenvolvimento da investigação científica e tecnológica que lhe diga respeito, de mobilização dos sectores e recursos económicos marítimos, de mobilização também da nossa diplomacia e da nossa organização defensiva, pondo-as ao serviço desse novo desígnio nacional, é a grande ambição dos Governos de há três/quatro anos para cá, agora através da Comissão para o efeito criada.

O mar é o mais importante recurso de Portugal e o que se oferece aos Portugueses é um projecto-missão que tem de mobilizar-nos a todos, na base do máximo rigor científico e do máximo respeito pelo ambiente, com todo o empenhamento da nossa criatividade e poder de iniciativa, sejam de cada um de nós, individualmente, sejam das nossas instituições, entre as quais as Universidades terão com certeza um papel essencial.

E a sociedade civil?

Parece-me uma oportunidade única para instituições da sociedade civil, como o Forum de Amizade Galiza-Portugal se afirmarem, alargando o seu alcance.

Ao Forum proponho duas novas missões:

1ª – Que esteja atento ao cumprimento das prometidas providências preventivas, dos Governos, para garantir que na costa portuguesa acidentes como o do “Prestige” (que quase nos caía em cima) não possam repetir-se.

Os Governos que não cumpram terão de ser castigados por isso!

2ª – O mar não pode servir para manobras de politiquice rudimentar. E o Forum não pode nem quer ser uma força política para a unificação de Portugal e da Galiza num só Estado. Mas podemos defender a aproximação de ambos para a realização dos objectivos estratégicos de exploração do Oceano que nos é comum.

O Forum deveria lutar para que o Governo português e o Governo da Comunidade Autónoma da Galiza tratassem e pusessem em comum projectos e recursos nesse sentido.

Nem parece que isso ofendesse ou prejudicasse os interesses do Governo central de Madrid ou que, no caso, a Galiza tivesse de ser como que o “Cavalo de Tróia” para, através dela, a Espanha vir a controlar a nossa plataforma continental marítima ou a nossa zona económica exclusiva.

É verdade que governos seriamente neo-nacionalistas, dum e doutro lado da fronteira, dariam na matéria melhores garantias.

Mas…

A.C.R.

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