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2004/11/15

Grande Show!
Arrasador para as Oposições 

Falo do discurso de encerramento do XXVI Congresso do PSD, em Barcelos, este fim de semana, o discurso do Presidente do Partido, Dr. Santana Lopes.

Não me lembro de alguma vez ter comentado um congresso partidário.

Também não vou comentar este, até porque não o segui minimamente.

Mas não consigo evitar falar do discurso e posso fazê-lo porque só não ouvi o princípio.

Creio — para começar — que o Dr. Santana Lopes deu um enorme passo em frente para ganhar as próximas legislativas, antecipadas ou não.

Mas chamei-lhe um “grande show” e um grande show não é necessariamente um grande ou um importante discurso.

Mas, neste caso, foi — foi as duas coisas, realmente um grande e importante discurso e, ainda por cima um show excelente.

E também ouvi o Dr. Assis, que estava lá a representar o PS, depois de encerrado o Congresso, em declarações a não sei que microfone, com aquele ar tristonho que o caracteriza e ainda mais crispado que habitualmente, a dizer e repetir que o presidente do PSD tinha feito um discurso vazio, “sem um projecto para Portugal.”

Há no País uma gama de políticos, que, quando um deles descobre o que lhes parece um bom achado — têm de facto tão poucos… — o repetem até à saciedade, numa sucessão de ecos sem crítica nem reflexão, só ecos.

Na verdade, parece que o Dr. Assis não sabe ler, ou que precisa que lhe metam as letras pelos olhos adentro.

Não tinha o Dr. Santana Lopes de explicar o “seu” projecto de Portugal num articulado de artigos, números e alíneas — que é capaz de ser o que o Dr. Assis quereria e que, possivelmente, ninguém leria ou estaria disposto a ouvir — porque o projecto não oferece dúvidas, claramente implícito como está no longo discurso que Santana Lopes fez.

Mas até compreendo a crispação do Dr. Assis. Também seguramente o discurso o impressionou, mas, por isso mesmo, deixou-o muito mal disposto, porque foi arrasador para as expectativas de toda a oposição. *

Acutilante; mostrando domínio dos dossiês, a começar pelo talvez mais difícil, o das contas públicas, domínio que também habitualmente lhe é negado; sem uma hesitação ou uma falha, apesar de ter sido, pode dizer-se, um discurso torrencial, no melhor sentido; mostrando uma preparação raríssima, que talvez seja outra prova do que ele próprio disse, isto é, que é ele sempre quem toma as decisões de governo; em suma, duma eloquência e consistência em grau que há muito não se via e não poderá voltar a ver-se tão cedo. Na verdade, meteu todo o resto da classe política conhecida num chinelo.

O melhor espectáculo — o melhor show que podem dar-nos é um espectáculo de inteligência bem preparada como foi este.

Creio que os piores inimigos de Santana Lopes, dentro e fora do Partido, estarão todos sem fala, ou só capazes de descobrir evasivas como as do Dr. Assis.

Fica-se, além do mais, convicto de que a “nova geração” existe efectivamente e, igualmente decisivo, que com um chefe assim irá com certeza muito longe.

Portugal agradece.

A.C.R.


* Porém, talvez ainda mais estranha e deslocada que a do Dr. Assis, terá sido a primeira reacção do Dr. José Sócrates, para quem o discurso do líder do PSD foi um discurso de “lamúrias”. Terá ele efectivamente ouvido o discurso — e então estava muito “distraído” — ou limitou-se a ouvir o Dr. Assis, com o seu ar tão desgraçado que realmente transforma tudo em lamúrias?

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