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2004/11/04

A inteligente campanha de Bush
e o desastrado “voto” dos Europeus 



Desta vez o Bin Laden “votou” pelo lado certo…

São especialistas que o dizem.

Lado certo para os EUA, para a Europa e para todo o Ocidente.

A Europa será capaz de reconhecê-lo?

Duvido, a avaliar pelos desesperados esforços duma certa Europa — incluindo montes de inocentes úteis europeus — para que Bush perdesse.

Mas realmente afigura-se terem seguido os piores caminhos, se era isso que queriam.

Acolher entusiasticamente e premiar como um grande cineasta um tal Moore que fez um documentário sobre o Presidente americano, com sequências truncadas de imagens e montadas arbitrariamente, para confessamente iludir e condicionar os espectadores americanos…

(E europeus, claro.)

Ou fazer sondagens sobre o eventual voto dos Europeus se votassem nas eleições americanas, supostamente metidos na pele de eleitores americanos, defendendo interesses americanos…

Etc., etc., etc. …

… mostra realmente a que níveis está a chegar a infantilidade e infantilismo de muitíssimos Europeus.

Como lhes pode ter passado pela cabeça — já que essa seria a miragem dos sondageiros — que os Americanos iriam votar como os Europeus quereriam que eles votassem, naturalmente segundo os interesses europeus e não segundo os interesses americanos?...

Estariam os Europeus sondados convictos de que os leitores estadunidenses nos cairiam convertidos nos braços, reconhecidíssimos pelo nosso perdão dos seus “desacertos” e pela amizade eterna que lhes prometíamos, se votassem contra Bush?

Na verdade, é preciso que os eleitores europeus sondados estejam a deixar-se conduzir por uma verdadeira cambada de orientadores e fazedores de opinião completamente ceguinhos ou da pior má fé.

Se quisessem atingir o seu objectivo, talvez uns e outros o tivessem mais facilmente conseguido recomendando aos Americanos o contrário, isto é, que votassem em Bush…

Mas isto seria um insulto completamente injusto e imerecido aos eleitores de Bush.

Seria como supô-los uns cataventos à espera da opinião maioritária dos Europeus, fosse qual ela fosse, para votarem exactamente ao contrário.

Não. O que os eleitores americanos demonstraram maioritariamente foi que sabem muito bem donde vêm, o que querem e para onde vão.

Não vivem à espera de ouvir a última opinião de supostos mentores e darem-se conta das sucessivas mudanças de direcção e sentido dos ventos opinatórios.

Vivem, sim, das suas certezas e com as suas certezas, que não enjeitam.

Se os Europeus das sondagens esperavam que menor taxa de abstenção, conseguida sobretudo com a mobilização dos muitos abstencionistas tradicionais ou com a forte mobilização do voto juvenil, diz-se que habitualmente indiferente e agora aterrorizado pelo possível restabelecimento do S M Obrigatório, se julgavam que isso derrotaria Bush, então devem agora sentir-se completamente frustrados.

Afinal, o voto juvenil e o voto de outros tradicionais abstencionistas não só não derrotou o Presidente americano, mas antes poderá ter reforçado a sua votação e a dos candidatos à eleição para o Senado e Câmara dos Representantes.

Curiosíssimo possível efeito do “voto” dos Europeus e, naturalmente, dos enormes, indisfarçáveis erros e abusos da campanha eleitoral democrata…

Que, aliás, mais fez ressaltar a campanha muito inteligente de Bush e com grande sentido de Estado, toda ela desenvolvida numa linha de grande e permanente coerência.

A.C.R.

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