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2004/03/23

Quando os conhecimentos são curtos, a tendência para a asneira é enorme! 

Por Francisco Coelho da Rocha

No passado dia 13, a dirigente socialista Dra. Ana Gomes afirmou em Penafiel que “há meios de justiça a ser desviados do combate à verdadeira criminalidade (…) para andar atrás de pacatas cidadãs que recorrem a clínicas para fazer o que todas as mulheres fazem, que são abortos”.

Quanto aos meios de justiça que alegadamente estão, ou não, a ser desviados não comento, pois tal como a Dra. Ana Gomes, não percebo nada do assunto.

Quando esta dirigente politica afirma que “todas as mulheres” fazem abortos, refere-se a quem? Às mulheres presentes naquele encontro? Ao seu circulo de amigas? Ou será, mas não quero acreditar que seja, que se refere mesmo a todas as portuguesas?

Quando os conhecimentos são curtos, a tendência para a asneira é enorme!

Será que ninguém explicou à Dra. Ana Gomes que ela estava na região do país que votou NÃO ao aborto em maior percentagem? Será que ninguém explicou à Dra. Ana Gomes que poderia estar ofender, não só a maioria das mulheres desta região, como a maioria da população portuguesa que não se revê nas afirmações baratas que faz? Ou será que a Dra. Ana Gomes pensa que todos os portugueses recorrem a matar um filho para resolver um qualquer problema, por mais grave que seja?

As declarações desta senhora provam que o argumento por si usado, “das pobres mulheres em dificuldades”, é falso, mentiroso e esconde o verdadeiro objectivo da sua campanha: Manipular palavras, para poder manipular vidas.

A Dra. Ana Gomes alega que ter ou não ter filhos é um direito da mulher, por isso o aborto deve ser legalizado. Aceitar o argumento de que a mãe tem direito a matar o seu próprio filho, porque resulta de uma gravidez “indesejada”, teremos que aceitar que o filho também tem o direito de matar a sua mãe quando indesejada por este. Afinal o filho não escolheu a mãe que tem e os direitos são iguais para todos.

Nas declarações que faz esta brava feminista, e pouco feminina, não se apercebeu que está a assimilar os paradigmas machistas. Na verdade, o macho na sociedade de consumo ilimitado é o único que beneficia com a liberalização do aborto, porque assim pode desobrigar-se de todas as responsabilidades nas suas relações com a mulher. A ele cabe o prazer do orgasmo e a gratificante confirmação da sua capacidade reprodutora. À mulher cabe o papel de receptáculo desse prazer e o dever dramático de eliminar a nova vida, para que o varão se livre das consequências da sua recreativa e irresponsável actuação.

A batalha pelo aborto livre resulta assim numa luta não pela liberdade da mulher, mas para a maior liberdade do homem. É ele que lhe concederá o direito de abortar, para uma vez mais na história, relega-la coerciva e tragicamente às suas funções de mulher-objecto.

As afirmações que esta senhora faz deixam-me algumas dúvidas: estará maluca ou é só ignorância?!

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