<$BlogRSDUrl$>

2003/11/04

Qual é o nosso Portugal? Que Portugal é o nosso? Contributos duma grande geração de sacerdotes (II). 

(continuação do post de 2003/10/29)

Falou-se há dias aqui dum almoço em que duzentos beirões festejávamos, no mês passado, os 25 anos da posse do Sacerdote homenageado, como pároco de Santiago, uma pequena paróquia do concelho de Seia.

Enquanto o almoço começava e não começava e o serviço ia e vinha, não pude deixar de pensar nessa grande geração de sacerdotes católicos fortes, tenazes e em geral cultos, a que o Padre Rogério Miranda pertenceu e que aguentaram a Igreja na gigantesca procela dos tempos do Concílio Vaticano II e, poucos anos depois, em Portugal, nos tempos dos sismos do 25 de Abril e do abandono do Ultramar.

Com o Papa João XXIII (1959-1962), sucessor de Pio XII, a Igreja apostou na “renovação” e na “adaptação” ao mundo moderno, dizia-se. O famoso “aggiornamento”.

Pio XII tivera um pontificado longo, de 1939 a 1959, o mais longo do Séc. XX, depois do pontificado de João Paulo II, “felizmente reinante”.

Eleito nas vésperas de eclodir a Guerra Mundial (1939-45), guiada por ele a grande nau da Igreja atravessou incólume e cheia de prestígio, reverenciada pela maioria dos vencedores, todos os acontecimentos da longa e mais mortífera das guerras que arrastou com ela as maiores e mais vertiginosas transformações geo-estratégicas de sempre.

A Europa, apertada entre os grandes vencedores, a URSS e os EUA, perdeu por completo o estatuto político-militar e económico de que gozava até 1939.

Se na Europa algum poder conservava então, ainda, vestígios da influência europeia de antes da Guerra, no Mundo, esse poder era o Vaticano.

Todas as potências europeias iam recuando pelo Mundo fora (com excepção de Portugal) mas a Igreja, apesar das descolonizações dos outros, não só mantinha, em geral, as suas posições de potência espiritual e humanitária, como continuou até a alargá-las, sobretudo em África — nos territórios abandonados pelos antigos colonizadores — e nas Américas.

Acrescentemos a isto o papel desempenhado pela Igreja de Pio XII na contenção política da vaza marxista, empurrada do Kremlin, para toda a Europa, papel já referido neste blog e desenvolvido, sobretudo, na França, Alemanha, França e Bélgica, através dos partidos democratas-cristãos de inspiração vaticana. Teremos compreendido assim como a Igreja se havia tornado um alvo a abater pela Internacional comunista soprada da URSS.

Na verdade, a Igreja de Pio XII era, com a sua influência apenas espiritual e as suas organizações humanitárias e de ensino e com a sua rede tentacular de agentes operacionais no Mundo inteiro, um obstáculo colossal que o marxismo tinha de enfrentar decisivamente para o vencer e esmagar.

Não se apresentava fácil a tarefa, que parecia gigantesca e impossível.

Mas o marxismo tentou, explorando todas as oportunidades que angariou ou lhe foram oferecidas e servindo-se, com inteligência diabólica, da ingenuidade, estupidez ou má fé e ambiçõesinhas dos chamados inocentes úteis, sobretudo.

Dos chamados católicos progressistas, principalmente.

Não foi, claro, o marxismo que fabricou os “progressistas” e talvez, até, possa assegurar-se que, na maioria dos casos, estes não foram agentes conscientes, remunerados ou não, do comunismo soviético.

Mas o Concílio Vaticano II forneceu-lhes uma formidável ocasião de servirem - consciente ou inconscientemente, por idealismo, até, ou não, mas sempre objectivamente — os desígnios mundiais do domínio da URSS.

Como se tornaram tantos católicos aliados objectivos do comunismo soviético?

ACR

(continua num próximo post)

Etiquetas: , , , ,


This page is powered by Blogger. Isn't yours?

  • Página inicial





  • Google
    Web Aliança Nacional