<$BlogRSDUrl$>

2003/09/18

Serei insuspeito para falar de nazismo e de comunismo... 

Pelo menos quanto a nazismo, que eu saiba, jamais alguém me chamou nazi ou sequer de simpatizante nazi. Até os comunistas, durante o PREC, nunca me chamaram pior que fascista. Mas isso era o que chamavam mais ou menos a toda a gente que não se declarasse comunista.
Tudo bom para me tornar mais insuportável que se utilize o nazismo para branquear o comunismo e os seus incontáveis e incontornáveis crimes destes quase noventa anos.
(Noventa anos!)
Mas foi o que fez o jornalista Augusto M. Seabra (AMS) há dias, a propósito da morte da famosíssima cineasta Leni Rienfenstahl, num artigo intitulado “Refutação de Rienfenstahl”. Depois de ter lembrado a analogia profunda entre os totalitarismos nazi e comunista, que terá aprendido (Só!... o pobre homem!) com Hannah Arendt.
«Acontece — escreveu AMS — que a analogia profunda também não nos deve fazer descurar que o nazismo teve uma particularidade extrema: o programa da “Solução final”. Não está em causa, de modo nenhum (seria obsceno) “relativizar” os muitos milhares de vítimas das purgas estalinistas, do terror e do “gulag”, incluindo mesmo as perseguições anti-semitas, que também as houve. Mas nada na História da humanidade se pode comparar ao anti-semitismo nazi, que em termos simbólicos quis mesmo fazer desaparecer o significante “judeu” e para isso pôs em prática um programa racional de extermínio total.»
Fim de citação.
É aqui que os mais discretos simpatizantes ou nostálgicos do comunismo julgam ter encontrado o “argumento final” para branquear o totalitarismo comunista.
Simples, mas completamente ilusório, para não dizer obsceno mesmo.
Pois não teve o comunismo também o seu “programa racional de extermínio total”?!
Não de um povo, mas de muitos povos ou dos “burgueses” de todo os povos da Terra: a sua “Solução final”, para as “burguesias” do mundo inteiro!
E todos sabemos que, contando apenas os fisicamente liquidados, foram umas dezenas de milhões.
Não falo só dos “burgueses” de facto, liquidados por tal e como tal.
Falo também dos que foram liquidados como simpatizantes “burgueses” ou como agentes da “burguesia”; e sobretudo falo dos que foram liquidados como suspeitos de mentalidade “burguesa”.
Não foi uma liquidação (embora geral) ao acaso de imprevistos ou de improvisos, foi uma liquidação programada ideologicamente e metodicamente organizada e executada.
E não fez só aquelas dezenas de milhões de vitimas assassinadas; fez muitas outras dezenas de milhões de vítimas “burguesas”, tornadas reféns dos vários regimes comunistas que assolaram (alguns assolam ainda) o Planeta. Não os terá matado fisicamente, mas liquidou-os moral, intelectual e culturalmente. O comunismo “lavou” muitas dezenas de milhões de cérebros, convertendo-os em títeres dos regimes marxistas: pior que a morte.
Porque, no fundo, tudo começou aí, no marxismo e na luta de classes, que era o axioma fundador do marxismo e por suposto deveria conduzir à ditadura do proletariado, à sociedade sem classes e ao esmagamento de todos os inimigos dela.
Pelo ódio, à luta de classes.
Pela luta de classes, ao esmagamento de todas as classes, que não o proletariado, esse sim o instrumento supremo da “solução final” à maneira marxista-leninista-estalinista.
Por isso e para isso o comunismo foi, pelo ódio racional e sistematicamente espalhado e imposto, o principal instigador de todas as guerras do séc. XX. Não faltou a uma só. Sempre na expectativa de acabar por chegar à “solução final”, versão marxista-leninista-estalinista.
Parece que homens tão cultivados como Augusto M. Seabra ainda não sabem isto!
Não há maneira — convençam-se — de branquear seja que totalitarismo for.

A.C.R.

This page is powered by Blogger. Isn't yours?

  • Página inicial





  • Google
    Web Aliança Nacional