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2012/05/03

Caminhada pela Vida 


Na Europa da "União Europeia" a vida humana cada vez vale menos. Os únicos dois requisitos que dão valor à vida é ser sadio e desejado. Qualquer um que seja doente, sobretudo incurável e terminal, e/ou indesejável, está tramado. É por isso que o aborto cresce a olhos vistos (isto têm os portugueses que agradecer aos políticos, em geral, e especialmente ao Sócrates: a esquerda fez e a direita, como sempre, deixou fazer, salvo mui contadas excepções) e a eutanásia, introduzida sob o eufemismo do testamento mortal, perdão, vital, vem a caminho. Agora que estes tempos de magríssimas vacas se impõem, os políticos de S. Bento sabem que despachar doentes terminais o mais depressa possível ajuda a poupar umas massas valentes. Eles chamam a isso "morte digna".

A verdade é que são cada vez menos aqueles que anualmente escapam às barreiras da contracepção e do aborto e vêem a luz do dia. Em 2009 foram 99.000, em 2010 foram 101.000 para se registar um mínimo absoluto em 2011 de 97.000. É claro que nestes anos os óbitos foram superiores aos nascimentos, da ordem de 103.000 a 105.000. O que coloca Portugal, ainda e cada vez mais, em recessão demográfica. O grande objectivo político é ultrapassar a Bósnia, por baixo, é claro.

O governo, por seu lado, é medroso. O Macedo é o que tem mais medo. Perante a necessidade de poupar dinheiro, ainda se falou em cortar nas comparticipações aos contraceptivos, e por maioria de razão cortar o financiamento ao aborto com dinheiro dos contribuintes. Mas o lobby do planned parenthood falou e o ministro amochou, para sempre. Eles lá sabem onde ele deve cortar despesas. No aborto é que não. O governo sabe do declínio demográfico em que Portugal se encontra, rumo à extinção. Mas não tem coragem para enfrentar os interesses instalados que parasitam a demografia e comprometem o futuro. São fracos, são medrosos.
Para além de tudo isto, o governo continua a penalizar as famílias, tanto mais quanto mais filhos têm.

A recuperação económica não se faz apenas com operações matemáticas e financeiras. Sem recursos humanos, sem sangue novo, sem novas gerações de raíz não há recuperação nem economia. A principal e mais duradoura crise é o envelhecimento acentuado da população e a ausência de gente nova.

É por causa de tudo isto, e para abrir os olhos aos portugueses distraídos com os actores da má política, que importa marcar presença e terreno na Caminhada pela Vida. O combate à crise passa por aqui.

manuelbras@portugalmail.pt

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