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2012/01/10

Fragmentação 

Elaborar um juízo sobre a proposta de legislação de barrigas de aluguer/maternidade de substituição que vegeta por aí, de forma isolada, isto é, sem ter em conta os antecedentes é um crasso erro de paralaxe e quase todo o caminho andado para ajuizar sem pés nem cabeça.

E quais são os antecedentes, de que não se pode desligar esta iniciativa? Esse antecedentes têm uma história que enquadra e contextualiza as barrigas de aluguer. São o divórcio, o aborto, os "casamentos" homossexuais, a reprodução medicamente assistida e, de modo muito especial, a ruptura entre a sexualidade e a procriação, que legitima tudo o que se quiser.

Todos estes fenómenos se pautam pela fragmentação: das famílias, dos casamentos, das relações humanas, até de seres humanos no ventre materno. E as barrigas de aluguer são a continuação da fragmentação, neste caso da maternidade: é a maternidade a duas ou a três.

As barrigas de aluguer só chegam aqui porque tudo o resto foi aprovado.

E os portugueses, que ficaram descansados porque pensavam que a aprovação do divórcio, do aborto, dos casamentos homossexuais, da reprodução medicamente assistida não faziam nenhum mal...

A seguir vem as adopções gay e a eutanásia.

Pode não haver crédito nem pão, mas para a aberração e a morte há sempre lugar na política portuguesa.

manuelbras@portugalmail.pt

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