2010/11/03
O esfumar de um sonho
Qualquer povo pode embarcar em sonhos e alimentar ilusões, enquanto tenta resistir à realidade.
Mas os americanos parecem ser o povo que, uma vez embarcado numa ilusão, mais rapidamente volta à realidade, sem dúvida pelo influxo doutrinário dos seus Pais Fundadores.
Nós, portugueses, tivemos azar. D. Afonso Henriques não deixou muita doutrina política escrita para a posteridade. Ele e outros reis ilustres escreveram, ao longo dos séculos, essa doutrina com as suas vidas. Mas isso, pouco pinta para muitos portugueses de hoje.
Voltando à América, é patente que o sonho personificado por Barack Obama há apenas dois anos atrás, que comoveu talvez mais os europeus que os americanos, ruiu. Hoje Obama é estatísticamente mais desaprovado (50%) que aprovado (45%). Nas eleições de 2 de Novembro os republicanos vão reforçar o número de governadores estaduais (mais 6 ou 7) e o mais provável é que recuperem o controle absoluto da Câmara de Representantes.
No que toca ao Senado, aí tudo é mais complicado e imprevisível. A única coisa certa é que os democratas vão perder senadores (provavelmente 10) e os republicanos vão ganhar senadores (7 ou 8). É provável um empate 49/49 ficando muita coisa a depender de 2 independentes, ou, caso, no Alaska, Lisa Murkowski seja eleita como independente em vez de Joe Miller, ficará uma relação 49/48 favorável aos democratas ficando muitas coisas igualmente a depender de 3 independentes.
A campanha para a eleição ao Senado tem sido bastante aguerrida e renhida, sobretudo em estados como o Alaska, Colorado, Illinois, Nevada (onde Harry Reid, o líder dos democratas no Senado deverá ser apeado por Sherron Angle), Washington e Virgínia Ocidental. Na Califórnia, Carly Fiorina, ex-CEO da Hewlett_Packard, apesar de uma campanha bastante combativa não deverá conseguir apear Barbara Boxer do Senado, da mesma forma que Meg Whitman, ex-CEO da ebay, não deverá suceder a Arnold Schwartzenegger no governo da Califórnia. Não parece ser ainda desta que a Califórnia é vermelha.
Assim deverá começar o fim de (mais) um sonho chamado Obama.
Isso, porém, sendo necessário, não é suficiente.
São necessárias alternativas credíveis para 2012.
manuelbras@portugalmail.pt
Mas os americanos parecem ser o povo que, uma vez embarcado numa ilusão, mais rapidamente volta à realidade, sem dúvida pelo influxo doutrinário dos seus Pais Fundadores.
Nós, portugueses, tivemos azar. D. Afonso Henriques não deixou muita doutrina política escrita para a posteridade. Ele e outros reis ilustres escreveram, ao longo dos séculos, essa doutrina com as suas vidas. Mas isso, pouco pinta para muitos portugueses de hoje.
Voltando à América, é patente que o sonho personificado por Barack Obama há apenas dois anos atrás, que comoveu talvez mais os europeus que os americanos, ruiu. Hoje Obama é estatísticamente mais desaprovado (50%) que aprovado (45%). Nas eleições de 2 de Novembro os republicanos vão reforçar o número de governadores estaduais (mais 6 ou 7) e o mais provável é que recuperem o controle absoluto da Câmara de Representantes.
No que toca ao Senado, aí tudo é mais complicado e imprevisível. A única coisa certa é que os democratas vão perder senadores (provavelmente 10) e os republicanos vão ganhar senadores (7 ou 8). É provável um empate 49/49 ficando muita coisa a depender de 2 independentes, ou, caso, no Alaska, Lisa Murkowski seja eleita como independente em vez de Joe Miller, ficará uma relação 49/48 favorável aos democratas ficando muitas coisas igualmente a depender de 3 independentes.
A campanha para a eleição ao Senado tem sido bastante aguerrida e renhida, sobretudo em estados como o Alaska, Colorado, Illinois, Nevada (onde Harry Reid, o líder dos democratas no Senado deverá ser apeado por Sherron Angle), Washington e Virgínia Ocidental. Na Califórnia, Carly Fiorina, ex-CEO da Hewlett_Packard, apesar de uma campanha bastante combativa não deverá conseguir apear Barbara Boxer do Senado, da mesma forma que Meg Whitman, ex-CEO da ebay, não deverá suceder a Arnold Schwartzenegger no governo da Califórnia. Não parece ser ainda desta que a Califórnia é vermelha.
Assim deverá começar o fim de (mais) um sonho chamado Obama.
Isso, porém, sendo necessário, não é suficiente.
São necessárias alternativas credíveis para 2012.
manuelbras@portugalmail.pt
Etiquetas: Eleições Americanas