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2010/06/29

De quem é a crise? 

Manuel Brás

É uma constante da natureza humana – essa tal que os intelectuais de esquerda garantem que não existe – cada um assumir como próprios os bons resultados e consequências e assacar aos outros – adversários ou inimigos – tudo aquilo que corre mal.

A situação dos políticos e governantes do momento perante a crise é exactamente esta.

Para o Engº Sócrates, tudo o que de bom considera que aconteceu no País se deve a ele próprio, e a mais ninguém. Pelo contrário, tudo o que correu torto – esquerdo, canhoto – e foi muito, é obviamente culpa dos outros, especialmente de uns especuladores sem nome que andaram por aí. Quando se tenta fazer um exercício de concretização dos culpados, o melhor que se consegue é chegar aos pobres diabos da direita, assim, em genérico.

Ou seja, ninguém – políticos e governantes – é culpado da crise, porque a crise é sempre “dos outros” e por causa dos outros, nunca dos políticos e governantes do regime.

Mas quando vemos as manifestações e os protestos na rua, quem é que nós vemos? O sector público, os funcionários do Estado. Seria natural e muito bom que víssemos na rua a protestar aqueles que com os seus impostos, cada vez mais galopantes, sustentam o sorvedouro insaciável da máquina estatal, tanto cargo político-partidário e subsídio abusivo que parasita o País. Mas não, não vemos a classe média, nem as pequenas, médias e microempresas, que são quem, pela força de abusivos impostos, alimenta o despesismo estatal e paga o défice público, protestar nas ruas. E é pena. Vemos na rua o deficitário sector do Estado com os seus sindicatos a pedir mais dinheiro. Vemos o sector do Estado, altamente deficitário devido a anos e anos de despesismo militante e muitos direitos adquiridos, uma empresa à beira da falência, em vez de reduzir as suas despesas, a tentar defender o status e a pretender ainda mais financiamento de impostos para continuar as suas loucuras.

É, portanto, o Estado, o sector público que está em crise, e não o sector privado, nem a sociedade civil, de quem este Estado vive à custa. E quem é que manda no Estado? A esquerda. A esquerda está, portanto, em crise. Se o Estado falir, onde é que a esquerda vai buscar dinheiro para alimentar o seu monstro?

Na política portuguesa há uma coisa deveras intrigante. O Estado e a esquerda odeiam o sector privado e a propriedade privada. E cobram esse ódio mediante impostos abusivos e o controle através de regulamentos e burocracias absurdas. O sector privado e a direita sociológica sabem disso, mas encolhem os ombros e deixam-se ficar.

Porque será?

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