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2010/06/14

Fecho das escolas: o livro negro da natalidade 

Manuel Brás

Nas últimas semanas algumas entidades sindicais e políticas têm protestado contra o fecho de mais umas centenas de escolas, julgando que é sustentável a um sistema de ensino que foi desenhado para a burocratização, para a massificação e a uniformidade reduzir indefinidamente o nº de alunos por docente ou, dito de outra forma, aumentar o nº de professores por aluno.

Essas entidades continuam a pensar como se estivéssemos nos anos 60 ou 70, em que nasciam mais de 150 ou 160 mil crianças por ano, o mínimo necessário para renovar gerações. Ora, desde os anos 80 que já não é assim. Em 2009 o nº de nascimentos foi exactamente 99.491, o mínimo desde que há estatísticas.

Mais uma vez a mediocridade da política portuguesa vem ao de cima e quase todos fingem ignorar o porquê de tal situação. Mas a razão é simples e a mesma que levou há poucos anos a fechar uma série de maternidades: nascem muito poucas crianças, a natalidade é miserável, estamos em declínio demográfico. O que significa que há crianças a menos e professores a mais. As consequências são fáceis de prever: não se pode ensinar crianças e jovens que não existem.

Provavelmente, muitos dos professores que agora protestam colaboraram para formatar a mentalidade dessas gerações que não têm filhos, ao abrigo de programas e sob influência de instituições como a APF. Estão a colher o que semearam e a ser triturados pela sua própria ideologia.

Os políticos e governantes, uns convictos e outros insensíveis e amedrontados, continuam a legislar para facilitar o aborto, o divórcio (para os heterossexuais, claro) e promover o estilo de vida homossexual, achando até que são coisas giras, no mínimo, sem importância nenhuma.

Nada de preocupações, portanto. Continuemos na mesma que assim é que é bom.

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