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2010/03/22

Quem puder entender...  

Manuel Brás

Surgiram recentemente no domínio público notícias de mais alguns casos de abuso de menores por parte de clérigos católicos em certas instituições e organizações, de modo muito especial na Irlanda, o que, após apuramento do sucedido e de responsabilidades, mereceu uma carta particularmente incisiva e orientadora de Bento XVI, visando o arrependimento, a purificação, a regeneração:

http://www.vatican.va/holy_father/benedict_xvi/letters/2010/documents/hf_ben-xvi_let_20100319_church-ireland_en.html

http://www.agencia.ecclesia.pt/cgi-bin/noticia.pl?id=78426

São tristes e más notícias, que não devemos ignorar. Até porque é a verdade que nos liberta, também quando é dura e desagradável.

Porém, não nos deixemos iludir, ficando pelas consequências e esquecendo o que mais interessa: as causas e os antecedentes, ou seja, porque é que tudo isto aconteceu em vários países?

Em primeiro lugar a extensão do problema a vários países faz pensar que nada disto terá sido coincidência, nada disto terá sido por acaso, ou seja, é legítimo pensar que tudo isto foi preparado e organizado para fazer mal à Igreja. Não é uma acusação, mas uma legítima e fundada suspeita. Na vida das sociedades este tipo de coisas não acontece por acaso.

Em segundo lugar, porquê e em que contexto é que tudo isto aconteceu?

Não ouvimos nós dizer há décadas, nos mais prestigiosos meios de comunicação social que a Igreja deveria fazer saldos no que toca à moral sexual, que a moral cristã é demasiado rígida em matéria de sexualidade? Não ouvimos nós dizer que a Igreja deveria ser mais flexível e aberta em matéria de sexualidade, de opções e de “orientações sexuais”? Não ouvimos nós dizer que a Igreja se deve abrir ao mundo e superar o discurso ultrapassado do pecado, porque o mundo de hoje não suporta ouvir falar de pecado? Não se fartam os profetas deste mundo de aconselhar a Igreja a admitir a promiscuidade sexual e, especialmente, a homossexualidade? Não inventaram a “orientação sexual” para impor e justificar a aceitação da homossexualidade? Não será a pedofilia também uma “orientação sexual”? Porque não?

Isto é o resultado de várias décadas de relativismo e laxismo moral.

Depois, não se admirem!

Onde não existe virtude, não há regulamento, lei, vigilância ou denúncia que nos valha.

No fundo, estes tristes acontecimentos são dedicados aqueles que perfilham o laxismo e o relativismo moral, aqueles para quem o crime é a moral cristã e o celibato e não a pedofilia.

Infelizmente, vivemos num País que, em virtude do seu próprio sistema de justiça, não tem qualquer moral para condenar abusos de menores, uma vez que tem há vários anos a correr um gravíssimo caso do género – o processo Casa Pia, em que nenhum dos implicados tem o que quer que seja a ver com a Igreja, bem pelo contrário – em vias de terminar impune e inconsequente. Ou seja, não foi ninguém.

A razão é simples: os rapazes não tinham rabo.

manuelbras@portugalmail.pt

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