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2009/12/10

Esmiuçar Copenhaga 

Manuel Brás

A comunicação social em Portugal tem a interessante particularidade de alinhar uniformemente pela versão oficial do pensamento e dos acontecimentos que considera “chave”. Mesmo existindo vários media, a mensagem dominante é sempre a mesma em todos. Nunca há lugar para o contraditório: nunca se dá um destaque sério e credível a quem põe em causa as teorias e versões oficiais que dominam as redacções dos jornais e televisões.

Um dos assuntos, não é o único, em que este fenómeno censório mais se evidencia é o aquecimento global “antropogénico” e as “alterações climáticas”. Ai de quem disser que o CO2 tem uma influência diminuta no clima e que as variações climáticas sempre existiram e explicam-se por causas naturais, sem razão para alarmes com o efeito de estufa. Mesmo que alguém consiga reunir dados e factos em favor da tese de que as variações climáticas têm maioritariamente causas naturais, será sempre visto como um céptico, “negacionista”, corrido à pedrada de jornais, televisões e rádios, porque essa tese não está oficialmente autorizada. Cá em Portugal é assim.

Os alarmistas vociferam que se baseiam em dados objectivos e em provas científicas irrefutáveis: é tudo científico, mas negam-se sempre a ser acareados em público com os cépticos. Quando se lhes pedem provas, o que vemos são políticos a falar do clima e uma multidão a repetir o que o jornalismo autorizado escreve nos jornais e diz em voz off na TV. Já se viu que os cientistas em questão são os políticos e os jornalistas.

Quando foram pedidas provas a cientistas sobre a forma como usaram dados de temperaturas e modelos, eles recusaram-se a mostrar o que estava por trás do seu trabalho. Isto dá para desconfiar. O que querem esconder? Como é que de 1990 para 2001 desaparece do gráfico das temperaturas do IPCC o Período Quente Medieval e a Pequena Idade do Gelo? Será que o tempo voltou para trás para corrigir as temperaturas? Neste ambiente de desconfiança em que são os objectivos políticos a comandar e a seleccionar os resultados científicos, surge o “Climategate”, que adensa ainda mais as suspeitas e desconfianças sobre possíveis manipulações de dados e montagem de esquemas, que alguns garantem ser aquilo que a ciência diz.

A pretensão de deter as variações climáticas é provavelmente utópica, porque o clima não é fixo, mas está constantemente a registar pequenas variações. E os estudiosos do clima sabem isso. A alguns políticos convém-lhes ter um álibi e um culpado para se porem em bicos de pés, tornarem-se imprescindíveis e poderosos, criando um pretexto para ter nas mãos o controlo da economia, e através da economia exercer um poder totalitário sobre múltiplos aspectos da vida de pessoas, famílias e nações, muitos deles sem serem eleitos e mantendo-se na sombra.

O alarme e o catastrofismo à volta das alterações climáticas criam o álibi, o pretexto, o ambiente (medo e pânico) e a necessidade para a tomada de poder que a propriedade colectiva dos meios de produção, a exploração capitalista, a luta de classes e o mito da sociedade sem classes já não podem proporcionar. Até há 20 anos atrás tudo isto eram realidades científicas, como científica era a União Soviética e o socialismo. Hoje, como têm vergonha de dizer que a economia socialista está cientificamente provada, têm que se voltar para a ciência climática e dirigi-la para objectivos de poder político em que emergem como salvadores do planeta. Eles sempre quiseram salvar o planeta. Como não conseguiram através da economia marxista tentam agora através do clima.

Aconteça o que acontecer, os alarmistas terão sempre razão: se não houver as catástrofes previstas, foi porque os ouvimos e fizemos o que nos mandaram; se houver as catástrofes previstas, foi porque não os ouvimos a tempo.

O clima segue indiferente o seu curso natural e espanta-se como é que os cientistas do séc. XXI ignoram que já existiram períodos tão quentes ou mais que o actual, como o Período Quente Medieval (900-1300), em que a linha da vinha ia até Inglaterra, se povoou a Gronelândia e cultivou aí a cevada, etc, como se pode atribuir a um único gás, imprescindível para a vida na Terra e que é 0,038% da atmosfera, o ónus das alterações climáticas, ignorando outros factores contribuintes para o fenómeno, como as variações da actividade solar, os regimes de circulação de massas de ar, os raios cósmicos, etc, ou como pode haver homens tão presumidos que julgam que podem dominar o clima e programar o futuro.

Na União Soviética também era tudo científico e programava-se o futuro. E olhem o que deu...

Não é difícil que de Copenhaga saia um acordo muito mais ambicioso que o defunto Protocolo de Kyoto. Não custa nada escrever no papel que se vão reduzir emissões de CO2 em 10, 20, 30, 40 ou 50% até 2020, 2050 ou o que se quiser. Será para cumprir tanto como o Protocolo de Kyoto. A ambição fica-lhes bem. Só é pena a quantidade de dinheiro que vão deslocar de quem produz riqueza para dar poder aos não eleitos.

manuelbras@portugalmail.pt

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