2009/05/19
Brincando com as palavras
Manuel Brás
A visita do Presidente Obama à Notre Dame University (NDU) gerou na última semana sérias controvérsias e tumultos, especialmente sobre o acerto, pela Direcção da universidade, do convite a um homem que tudo tem feito para facilitar o aborto, embora diga que tudo se deve fazer para o evitar. Só lhe falta mesmo dizer, à semelhança de raciocínio de certas paragens lusitanas, que a melhor maneira de evitar o aborto é facilitá-lo e fazê-lo.
A questão levantou protestos da parte de católicos, e não só, pois que de católicos nem todos os que se dizem o exercem, pelo facto de um homem que em matéria tão primária, básica e melindrosa ter adoptado posições absolutamente contrárias aos ensinamentos da Igreja em matéria de aborto e experimentação com embriões, para quem tivesse dúvidas, logo aos primeiros dias da posse.
A questão e a razão dos protestos resumem-se ao seguinte: a que propósito é que uma universidade que, de forma comprometida, é suposto defender e promover a vida humana desde a concepção à morte natural, vai dar honras de discurso e grau académico a um homem que tudo tem feito ao contrário na vida. Porquê o contra exemplo?
Num paralelismo doméstico, é como se a Universidade Católica Portuguesa convidasse o Sócrates para uma oração de sapiência e lhe concedesse o doutoramento honoris causa.
A visita do Presidente Obama à Notre Dame University (NDU) gerou na última semana sérias controvérsias e tumultos, especialmente sobre o acerto, pela Direcção da universidade, do convite a um homem que tudo tem feito para facilitar o aborto, embora diga que tudo se deve fazer para o evitar. Só lhe falta mesmo dizer, à semelhança de raciocínio de certas paragens lusitanas, que a melhor maneira de evitar o aborto é facilitá-lo e fazê-lo.
A questão levantou protestos da parte de católicos, e não só, pois que de católicos nem todos os que se dizem o exercem, pelo facto de um homem que em matéria tão primária, básica e melindrosa ter adoptado posições absolutamente contrárias aos ensinamentos da Igreja em matéria de aborto e experimentação com embriões, para quem tivesse dúvidas, logo aos primeiros dias da posse.
A questão e a razão dos protestos resumem-se ao seguinte: a que propósito é que uma universidade que, de forma comprometida, é suposto defender e promover a vida humana desde a concepção à morte natural, vai dar honras de discurso e grau académico a um homem que tudo tem feito ao contrário na vida. Porquê o contra exemplo?
Num paralelismo doméstico, é como se a Universidade Católica Portuguesa convidasse o Sócrates para uma oração de sapiência e lhe concedesse o doutoramento honoris causa.
A Direcção da NDU bem diz que secunda os ensinamentos da Igreja sobre o respeito devido à vida humana, demarcando-se de Obama, mas acha que o resto justifica a honra.
http://www.foxnews.com/politics/2009/05/17/obama-urges-notre-dame-graduates-seek-common-ground/
Será que uma universidade, ou qualquer outra instituição, que defendesse o aborto convidaria uma personalidade convictamente pró-vida para lá ir expor as suas ideias e encontrar pontes de entendimento entre duas visões inconciliáveis da vida e do direito? Obviamente, não.
Tanto mais que uma sondagem recente nos Estados Unidos dá como maioritária a posição contra o aborto por 51-42% pela primeira vez desde que estas coisas se contam.
http://www.foxnews.com/politics/2009/05/15/poll-americans-pro-life-pro-choice-time/
A agitação à volta deste caso teve reflexos e manifestações públicas de protesto, com muita gente a considerar o convite como infeliz, com direito a prisão e tudo.
http://www.foxnews.com/politics/2009/05/15/protesters-arrested-notre-dame/
http://www.foxnews.com/politics/2009/05/17/nearly-protesters-arrested-notre-dame/
Etiquetas: Eleições Americanas, Em Defesa da Vida, Manuel Brás