2009/05/18
Aqui há gato...
Manuel Brás
As comemorações do 50º aniversário do monumento a Cristo-Rei e mais alguns registos avulsos, mas igualmente sugestivos, nas últimas semanas, fazem pensar sobre o tipo de relação e a forma como alguns políticos lidam com a Igreja.
Podemos chamar aqui, como exemplo, o entusiasmo com que alguns detentores de poder político correram para as comemorações do Cristo-Rei, com que outros vão falar com bispos e outros ainda utilizam a autoridade dos bispos em defesa das suas bandeiras políticas.
E que mal tem isso? Perguntarão alguns leitores. Aparentemente, nenhum. Oxalá tudo isto os ajude a ir “mais além”.
Mas reparem, amigos, isto vem de políticos que fazem alarde de ser ateus, ainda por cima em vésperas de eleições. De políticos e de partidos que sempre se destacaram pelo seu ateísmo militante e que passam a vida a desancar na Igreja, no Papa e nos Bispos, sobretudo quando falam de moral, da moral que eles combatem como ultrapassada e a precisar de actualização (perfilhando o que eles pensam, bem entendido). Lembram-se da guerra contra os crucifixos?
O que querem eles agora? Que a Igreja varra os cacos da sociedade de consumo e da crise?
Estará a Igreja a ser instrumentalizada para fins políticos?
Ou será, apenas, que, com a proximidade das eleições, os ateus se transformam em crentes fervorosos.
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