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2008/02/18

A INDEPENDÊNCIA DO KOSOVO 


Parece que foi ou será reconhecida pela grande maioria dos países da União Europeia, embora não por seis deles, a Espanha, Chipre, a Grécia, a Roménia, a Bulgária e a Eslováquia.

Destes, uns porque têm fronteiras com a Sérvia-Montenegro-Kosovo, ou grande proximidade geográfica, e não querem agravar os problemas dum vizinho poderoso.

E a Espanha, sobretudo, porque parece considerar o apoio da UE à amputação do Estado sérvio como um perigoso precedente para a fragmentação, um dia, da própria Espanha, sempre ameaçada pelas reivindicações independentistas da Catalunha, de Navarra, do País Basco… etc.

As posições dos EUA e da Rússia são, nisto também, naturalmente opostas, como já eram no tempo da URSS e mesmo muito antes.

A Sérvia-Montenegro, com o Kosovo, formava um Estado de posições altamente estratégicas, na Península Balcânica, com uma área total superior a 113.000Kms2 e uma população superior a 12,5 milhões de habitantes, isto é, um dos Estados de potencial mais poderoso daquela importante região da Europa, apesar do seu relativo atraso industrial e económico em geral.

Militarmente, foi na Sérvia que começou, no princípio do séc. XIX, a derrota das pretensões do Islão e Turquia ao domínio da Península Balcânica, que aliás era também gravíssima ameaça para o Império dos Czares, os quais, como os seus sucessores, até hoje, sempre procuraram manter excelentes relações com o Estado da Sérvia.

A tal ponto que quando, em 1914, em Sarajevo (Bósnia-Herzgovina, parte do Reino da Sérvia), foi assassinado o arquiduque herdeiro do Império Austro-Húngaro, logo este declarou guerra à Sérvia, imediatamente apoiada pela Rússia, além das potências ocidentais, o que deu início à I Guerra Mundial (1914-18), até então o mais generalizado conflito militar desde sempre, em todo o mundo.

Talvez este precedente domine ainda muitos espíritos, até ao ponto de não quererem nos Balcãs um estado sérvio forte, capaz de criar conflitos ao mundo inteiro…

Será o caso dos EUA e da União Europeia, em geral, com a excepção apenas daqueles seis países?

E Portugal?

O nosso governo parece hesitante, mas não surpreenderia, a partir das suas mesmas hesitações e a partir de certas recentes afirmações e atitudes do próprio Presidente da República, que se inclinasse para um posicionamento semelhante ao dos seis países europeus referidos.

Também julgo, pelo contrário, que não há que temer uma Sérvia forte nos Balcãs, que, por exemplo, equilibre o poder da Albânia e dos albaneses.

Direi, antes, que, em minha opinião, deveremos temer mais uma Sérvia fraca, incapaz de contribuir para uma verdadeira estruturação de poderes fortes nos Balcãs, uma região dada, pelas suas fraquezas histórica, a exportar e atrair desordem e conflitos.


A.C.R.

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