2006/09/12
Defesa do Ocidente
No dia 12 de Setembro de 2001 todos os europeus eram americanos. Passados 5 anos, muitos, não todos, nem talvez a maioria, tem um discurso antiamericano e custa-lhes aceitar aquilo que se vai impondo cada vez mais como uma realidade: só os Estados Unidos e a Inglaterra mostraram capacidade de defender o Ocidente no terreno do inimigo. O que terá feito mudar essa gente?
Admito que a invasão do Iraque foi um passo errado, que a sua justificação não foi sempre clara nem convincente – não sei se por culpa dos americanos ou de quem “faz” as notícias –, mas, uma vez dado tem que se ir até ao fim, porque abandonar a meio a tarefa é pior para todos: para o Ocidente, para o Iraque e para o Médio Oriente.
Queriam alguns que, perante a escalada do terrorismo, que é bom lembrar já vem dos anos 90, o Ocidente ficasse de braços cruzados a discutir as alterações climáticas.
O que levará esses europeus a pensar que, se não se fizesse nada, o terrorismo acabaria por si, quando foram os terroristas que começaram a festa? O Ocidente é a única região do mundo ímpar, porque que tolera e cultiva, dentro de si e perpetrado pelos seus filhos, o desencorajamento, a desmoralização e o apelo à derrota, enquanto trava um combate contra um inimigo quase invisível.
Hoje, sabemos a importância que tem o Irão na criação de movimentos terroristas como o Hezbollah, e como o tipo de guerra mudou. Enfim, sabemos que o terrorismo que existe, e já existia, no Médio Oriente tem uma organização, não aparece espontaneamente. E o Irão, discretamente, tem vindo a dar sinais de apoio a essa organização e a fazer sentir o seu peso no Médio Oriente.
Independentemente de ter havido mais ou menos armas de destruição maciça no Iraque, e da habilidade de comunicação da invasão e suas motivações, a verdade é que este país interpõe-se entre o Irão e a Síria, enquanto o Afeganistão e do Paquistão são fundamentais para o controle da fronteira leste do Irão. Logo têm grande importância geoestratégica, na medida em que fecham o cerco ao Irão.
Por isso, o Ocidente não está só a combater o terrorismo que existe no Afeganistão e no Iraque. Está a combater outra coisa mais abrangente.
A batalha que ali se trava tem um relevo civilizacional, não apenas militar, porque a acção terrorista não tem por fito um governo, um presidente ou um exército, mas um espaço civilizacional, que é o nosso.
Tenhamos nós a coragem e a persistência para enfrentar este embate civilizacional, sabendo, ao mesmo tempo, que não se resolve apenas com soluções militares, mas também, e principalmente, com a solução dos problemas demográficos, culturais e identitários.
E também aqui, claramente, a Europa é o elo mais fraco.
Manuel Brás
manuelbras@portugalmail.pt
Admito que a invasão do Iraque foi um passo errado, que a sua justificação não foi sempre clara nem convincente – não sei se por culpa dos americanos ou de quem “faz” as notícias –, mas, uma vez dado tem que se ir até ao fim, porque abandonar a meio a tarefa é pior para todos: para o Ocidente, para o Iraque e para o Médio Oriente.
Queriam alguns que, perante a escalada do terrorismo, que é bom lembrar já vem dos anos 90, o Ocidente ficasse de braços cruzados a discutir as alterações climáticas.
O que levará esses europeus a pensar que, se não se fizesse nada, o terrorismo acabaria por si, quando foram os terroristas que começaram a festa? O Ocidente é a única região do mundo ímpar, porque que tolera e cultiva, dentro de si e perpetrado pelos seus filhos, o desencorajamento, a desmoralização e o apelo à derrota, enquanto trava um combate contra um inimigo quase invisível.
Hoje, sabemos a importância que tem o Irão na criação de movimentos terroristas como o Hezbollah, e como o tipo de guerra mudou. Enfim, sabemos que o terrorismo que existe, e já existia, no Médio Oriente tem uma organização, não aparece espontaneamente. E o Irão, discretamente, tem vindo a dar sinais de apoio a essa organização e a fazer sentir o seu peso no Médio Oriente.
Independentemente de ter havido mais ou menos armas de destruição maciça no Iraque, e da habilidade de comunicação da invasão e suas motivações, a verdade é que este país interpõe-se entre o Irão e a Síria, enquanto o Afeganistão e do Paquistão são fundamentais para o controle da fronteira leste do Irão. Logo têm grande importância geoestratégica, na medida em que fecham o cerco ao Irão.
Por isso, o Ocidente não está só a combater o terrorismo que existe no Afeganistão e no Iraque. Está a combater outra coisa mais abrangente.
A batalha que ali se trava tem um relevo civilizacional, não apenas militar, porque a acção terrorista não tem por fito um governo, um presidente ou um exército, mas um espaço civilizacional, que é o nosso.
Tenhamos nós a coragem e a persistência para enfrentar este embate civilizacional, sabendo, ao mesmo tempo, que não se resolve apenas com soluções militares, mas também, e principalmente, com a solução dos problemas demográficos, culturais e identitários.
E também aqui, claramente, a Europa é o elo mais fraco.
Manuel Brás
manuelbras@portugalmail.pt
Etiquetas: Em defesa do Ocidente, Manuel Brás