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2005/12/16

Salazarismo democrático (XIV) 

Ainda não perceberam, alguns?

É que se trata dum salazarismo para ir a votos, mais tarde ou mais cedo, inequivocamente.

Nada tem a ver com os nacionalismos historicistas e filosófico-literários de certa tradição intelectual portuguesa.

Misturá-los ou confundi-los é uma ofensa, chega a ser um insulto, mesmo quando involuntário, para o salazarismo em geral, e para o salazarismo democrático, em particular.

Que não tem nada de restauracionista, nem de ressurreccionista, seja de pessoas ou modelos pessoais, seja de sistemas.

O salazarismo não é uma ideologia, no sentido puramente especulativo e literário daquelas correntes.

Podemos, os novos nacionalistas, dispensá-las sem irremediável perda.

O salazarismo democrático é, sim, o que fica duma arte e escola de governar portuguesa, concreta e largamente provada e comprovada, seguramente a mais perfeita e acabada destes duzentos e tantos anos.

Essencialmente isso, mas nada menos que isso.

Uma excelente escola que não se pode deixar perder.

Ela salvar-nos-ia das tentações megalómanas, possivelmente criminosas, dos projectos da OTA e do TGV, com o seu voluntarismo suicida que está e vai pôr em perigo gravíssimo o que ainda resta de Portugal.

Haja Portugueses – como cada vez mais se vão assumindo – que não se deixam arrastar pela embriaguez completamente insana que parece ter tomado conta de certos ministros.

A.C.R.

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