2005/12/08
Estamos todos proibidos de nos abstermos civicamente!
Volto à intervenção de Paulo Portas na Associação Comercial do Porto, referida no poste de ontem e já anteontem também.
O conferencista acabou a dizer que “Portugal já perdeu muito tempo em nome de dogmas que estão ultrapassados”, atribuindo a influência marxista o termos uma Constituição à esquerda, “mesmo quando o povo português pretende votar à direita”.
E já durante o debate, Paulo Portas teve esta nota profundamente pessimista ao reconhecer que, apesar de o País precisar de uma nova Constituição, a população portuguesa ainda não está sensibilizada, preparada para ela.
Mesmo que assim fosse, não seria caso de desanimar.
Mas penso que, de facto, não é assim.
E não é assim porque, deprimido e, de certo modo, desesperado como está, o povo português o que quer é que lhe dêem uma esperança.
E, para essa esperança, toda a sensibilização está instalada e pronta a funcionar.
Creio que a reforma da Constituição cabe facilmente nessa expectativa, como a mão certa na luva certa, sem ser necessário qualquer ajustamento específico.
O próprio inevitável falhanço de Cavaco Silva, em vir a conseguir o que pretende, sem alterar a Constituição, vai ser altamente pedagógico.
Talvez seja quanto baste.
Mas isso não nos dispensa de continuarmos a doutrinação que Paulo Portas veio consideravelmente reforçar e, estou convicto, que vai continuar a desenvolver sem tréguas, nem pausas… de abstenção cívica.
A.C.R.
O conferencista acabou a dizer que “Portugal já perdeu muito tempo em nome de dogmas que estão ultrapassados”, atribuindo a influência marxista o termos uma Constituição à esquerda, “mesmo quando o povo português pretende votar à direita”.
E já durante o debate, Paulo Portas teve esta nota profundamente pessimista ao reconhecer que, apesar de o País precisar de uma nova Constituição, a população portuguesa ainda não está sensibilizada, preparada para ela.
Mesmo que assim fosse, não seria caso de desanimar.
Mas penso que, de facto, não é assim.
E não é assim porque, deprimido e, de certo modo, desesperado como está, o povo português o que quer é que lhe dêem uma esperança.
E, para essa esperança, toda a sensibilização está instalada e pronta a funcionar.
Creio que a reforma da Constituição cabe facilmente nessa expectativa, como a mão certa na luva certa, sem ser necessário qualquer ajustamento específico.
O próprio inevitável falhanço de Cavaco Silva, em vir a conseguir o que pretende, sem alterar a Constituição, vai ser altamente pedagógico.
Talvez seja quanto baste.
Mas isso não nos dispensa de continuarmos a doutrinação que Paulo Portas veio consideravelmente reforçar e, estou convicto, que vai continuar a desenvolver sem tréguas, nem pausas… de abstenção cívica.
A.C.R.