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2005/12/07

Paulo Portas aceitou verdadeiramente o desafio dos Portugueses? 

A intervenção de Paulo Portas que ontem referi teve lugar na conferência-debate sobre o tema É a Constituição um factor de bloqueio?, integrada nos encontros para Repensar a República organizados pela Associação Comercial do Porto, no Palácio da Bolsa.

Excelente serviço prestado pela ACP.

Poderemos interpretar a intervenção de Paulo Portas como a resposta ao desafio que aqui lhe fizemos e que, estou certo, muitos Portugueses lhe terão dirigido, no sentido de não se deixar ficar à margem das eleições presidenciais, fosse como fosse?

Penso sinceramente que sim.

Ele disse na ACP que esteve em silêncio até agora por entender que era a melhor atitude, mas que chegou o momento de retomar os seus direitos de intervenção cívica, para intervir sobre “temas relevantes e com a frequência que os acontecimentos determinarem”.

Para alguns efeitos do que lhe pedíamos (exigíamos) é seguramente algo tarde, mas poderá ser ainda a tempo para, de alguma maneira, preparar, condicionar o futuro político do País e de desde já marcar a sua posição nesse combate pelo futuro político nacional.

Registou ele ironicamente que todos, mas todos os candidatos à Presidência já juraram acatar a Constituição em vigor, tal e qual.

Por outro lado, insistiu que “a Constituição portuguesa é uma fonte permanente de equívocos, gera pobreza e faz Portugal perder muito tempo e muito dinheiro”.

Comparando-a com a Constituição de Espanha e dos países do leste que entraram na UE, concluiu que “a nossa Constituição está cada dia que passa mais condenada e não prepara o país para o desafio da globalização”.

Acrescentou ainda.

“A economia portuguesa é aberta, estamos integrados na UE e aceitamos regras básicas da economia de mercado, mas ela (a Constituição) continua tributária duma visão complexada que bloqueia o desenvolvimento”, apesar das revisões que a Constituição sofreu já, mas que foram “atrasadas e insuficientes”, garante P. Portas.

Verifico que a ambição de Paulo Portas, relativamente à Constituição, é ou parece ser de uma reforma ainda mais profunda que as daqueles que até agora se têm manifestado.

Sobre a presidencialização do regime, especificamente, Paulo Portas nada diz ou nada parece dizer.

Porém, talvez fique tudo dito, se assentarmos que essa é a base e o ponto de partida de tudo o mais.

António da Cruz Rodrigues (A.C.R.)

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