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2005/10/18

Sociedade civil e Estado não têm que ter interesses opostos. 

O presidente do P.S.D., Marques Mendes, na entrevista de ontem à Rádio Renascença e ao Público, terá acusado o governo de “querer controlar tudo e todos” e de “querer asfixiar a sociedade civil”, concluindo que isso “tem de parar, porque começa a ser uma questão de saúde da democracia”.

Não sintetizaríamos melhor, nós próprios, aquilo que aqui temos vindo a dizer sobre as medidas persecutórias do mesmo governo contra os magistrados e pessoal dos Tribunais; contra os professores; contra os quadros das Forças Armadas e Forças de Segurança; contra os funcionários públicos em geral; e, em suma, contra os “ricos”.

O que, porém, não disse Marques Mendes foi que, ao ameaçar de destruir ou enfraquecer esses grupos e classes sociais (cujos elementos, ou muitos deles, estão de facto, como profissionais, ao serviço de órgãos e funções essenciais do Estado), o Governo está, na verdade, também a enfraquecer e a minar o próprio Estado.

Falha grave, em minha opinião, do presidente do P.S.D., Dr. Marques Mendes, o qual deveria alertar o País contra a ameaça de paralisação do Estado, criada pelo Governo.

Afinal de contas, mais importante ainda que a democracia, é o País.

A.C.R.

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