2005/10/24
Preparar o terreno
O director-executivo da ONUSIDA esteve no início de Outubro em Portugal e concedeu uma entrevista ao DN, sobre a qual foi enviada ao director a carta que se segue, desconhecendo-se se foi publicada, no todo ou em parte, ou não. Pouco interessa.
Não vale a pena dizer que a propagação do HIV nada tem a ver com questões morais ou com estilos de vida. E muito menos vale a pena julgar que lá porque se estabeleceu a ortodoxia da banalização sexual e do homossexualismo, daí decorre a absoluta fiabilidade do látex.
Cada um é livre e responsável, na medida em que for capaz, pelos seus actos. Ninguém é polícia da vida particular de ninguém.
O que não se pode é enganar as pessoas, criar falsas expectativas e fugir para a frente para não questionar determinados desfechos.
Depois, cada um que actue da forma que entender.
Livre e responsavelmente.
Assim, já ninguém se poderá queixar.
Peter Piot, director executivo da ONUSIDA, veio a Portugal dar conselhos sobre o combate à SIDA: que se têm de tomar medidas drásticas.
Mas, ele, logo ele, foi o primeiro a não tomar a mais importante de todas as medidas drásticas: dizer a verdade. Como é possível que o responsável máximo da ONU para as questões da SIDA tenha omitido a referência ao Uganda, o único caso de sucesso no combate à SIDA? Falta de memória ou má vontade?
Que fez o Uganda de especial? Em 1991 tinha 15% da população infectada, em 2003 apenas 4,1%. Como? Programa ABC (Abstinence, Be faithful, Condoms). Um programa baseado na proposta da abstinência, sobretudo aos jovens, e da fidelidade conjugal, sobretudo aos adultos, como as formas mais seguras de conter a epidemia. Faz parte da informação do programa que o uso de preservativos, no caso de A e B falharem, não é absolutamente seguro.
Sobre o facto dos preservativos não serem absolutamente seguros, existem estudos documentados (“Workshop on Scientific Evidence on Condom Effectiveness for STD Prevention”, June 12-13, 2000, Hayatt Dulles Airport, Herndon, Virginia, EUA; ou em Davis KR and Weller SC, The Effectiveness of Condoms in Reducing Heterosexual Transmission of HIV; Fam. Plann. Perspect.; 1999; 31(6): 272-279) que apontam para uma redução do risco de transmissão da ordem dos 85%. Food and Drugs Administration (FDA) adverte em folheto de divulgação que “os preservativos não são 100% seguros, mas, se usados devidamente, reduzem o risco de contrair doenças sexualmente transmissíveis, incluindo a SIDA”. É isto que ninguém tem a coragem de dizer em Portugal, com medo de melindrar os polícias do pensamento.
A revista “The Lancet” (27-11-2004) faz referência a um manifesto internacional de apoio ao programa ABC e adverte que é um dever “oferecer às pessoas a informação mais exacta possível à disposição sobre como evitar o HIV, bem como estimular mudanças de costumes para dimunuir a sua difusão”. A campanha ugandesa mostra, precisamente, que é possível mudar comportamentos para evitar o risco de contrair o vírus. Não sei se é este o novo paradigma cultural a que Piot faz referência no fim da entrevista. O ABC resulta. O resto... é o que se vê.
Piot chega a dizer que eles (os da ONU, supostamente) não falam de moral nem de religião. Ora, ao agitarem constantemente comportamentos humanos de que é que eles falam senão de moral? Talvez de uma moral sanitária, que tem como valor supremo um conceito utópico de saúde estabelecido pela OMS que, se fosse levado a sério, talvez se encontrasse alguém saudável entre os 20 e os 30 anos.
A ONU não fala de religião? Então o que é a espiritualidade da ONU a que se refere o Dr. Nakajima, muito claro quanto à rejeição da moral subjacente aos monoteísmos? Que dizer da ideologia da ONU, que configura uma certa visão holística do homem, da vida e do mundo, assente em pressupostos como a igualdade radical de todas as formas de vida, o gender perspective, o governo mundial, “direitos” e conceitos unilateralmente definidos, como saúde reprodutiva, desenvolvimento sustentado, equidade, etc? A ONU criou a sua própria religião, bem à revelia dos fins para os quais foi criada: ser uma plataforma de entendimento para a paz entre as nações, e não o governo mundial das nações e das consciências.
Para quem não leva a ONU a sério, isto não é novidade. Até o próprio Piot deixa entrever que já percebeu o que lá tem dentro. Mas, os outros, mereciam um pouco mais de respeito.
manuelbras@portugalmail.pt
Não vale a pena dizer que a propagação do HIV nada tem a ver com questões morais ou com estilos de vida. E muito menos vale a pena julgar que lá porque se estabeleceu a ortodoxia da banalização sexual e do homossexualismo, daí decorre a absoluta fiabilidade do látex.
Cada um é livre e responsável, na medida em que for capaz, pelos seus actos. Ninguém é polícia da vida particular de ninguém.
O que não se pode é enganar as pessoas, criar falsas expectativas e fugir para a frente para não questionar determinados desfechos.
Depois, cada um que actue da forma que entender.
Livre e responsavelmente.
Assim, já ninguém se poderá queixar.
Medidas drásticas
Peter Piot, director executivo da ONUSIDA, veio a Portugal dar conselhos sobre o combate à SIDA: que se têm de tomar medidas drásticas.
Mas, ele, logo ele, foi o primeiro a não tomar a mais importante de todas as medidas drásticas: dizer a verdade. Como é possível que o responsável máximo da ONU para as questões da SIDA tenha omitido a referência ao Uganda, o único caso de sucesso no combate à SIDA? Falta de memória ou má vontade?
Que fez o Uganda de especial? Em 1991 tinha 15% da população infectada, em 2003 apenas 4,1%. Como? Programa ABC (Abstinence, Be faithful, Condoms). Um programa baseado na proposta da abstinência, sobretudo aos jovens, e da fidelidade conjugal, sobretudo aos adultos, como as formas mais seguras de conter a epidemia. Faz parte da informação do programa que o uso de preservativos, no caso de A e B falharem, não é absolutamente seguro.
Sobre o facto dos preservativos não serem absolutamente seguros, existem estudos documentados (“Workshop on Scientific Evidence on Condom Effectiveness for STD Prevention”, June 12-13, 2000, Hayatt Dulles Airport, Herndon, Virginia, EUA; ou em Davis KR and Weller SC, The Effectiveness of Condoms in Reducing Heterosexual Transmission of HIV; Fam. Plann. Perspect.; 1999; 31(6): 272-279) que apontam para uma redução do risco de transmissão da ordem dos 85%. Food and Drugs Administration (FDA) adverte em folheto de divulgação que “os preservativos não são 100% seguros, mas, se usados devidamente, reduzem o risco de contrair doenças sexualmente transmissíveis, incluindo a SIDA”. É isto que ninguém tem a coragem de dizer em Portugal, com medo de melindrar os polícias do pensamento.
A revista “The Lancet” (27-11-2004) faz referência a um manifesto internacional de apoio ao programa ABC e adverte que é um dever “oferecer às pessoas a informação mais exacta possível à disposição sobre como evitar o HIV, bem como estimular mudanças de costumes para dimunuir a sua difusão”. A campanha ugandesa mostra, precisamente, que é possível mudar comportamentos para evitar o risco de contrair o vírus. Não sei se é este o novo paradigma cultural a que Piot faz referência no fim da entrevista. O ABC resulta. O resto... é o que se vê.
Piot chega a dizer que eles (os da ONU, supostamente) não falam de moral nem de religião. Ora, ao agitarem constantemente comportamentos humanos de que é que eles falam senão de moral? Talvez de uma moral sanitária, que tem como valor supremo um conceito utópico de saúde estabelecido pela OMS que, se fosse levado a sério, talvez se encontrasse alguém saudável entre os 20 e os 30 anos.
A ONU não fala de religião? Então o que é a espiritualidade da ONU a que se refere o Dr. Nakajima, muito claro quanto à rejeição da moral subjacente aos monoteísmos? Que dizer da ideologia da ONU, que configura uma certa visão holística do homem, da vida e do mundo, assente em pressupostos como a igualdade radical de todas as formas de vida, o gender perspective, o governo mundial, “direitos” e conceitos unilateralmente definidos, como saúde reprodutiva, desenvolvimento sustentado, equidade, etc? A ONU criou a sua própria religião, bem à revelia dos fins para os quais foi criada: ser uma plataforma de entendimento para a paz entre as nações, e não o governo mundial das nações e das consciências.
Para quem não leva a ONU a sério, isto não é novidade. Até o próprio Piot deixa entrever que já percebeu o que lá tem dentro. Mas, os outros, mereciam um pouco mais de respeito.
manuelbras@portugalmail.pt
Etiquetas: A ideologia onusiana