2005/05/09
Se falarmos de “soluções finais”…
O holocausto nazi e os holocaustos comunistas
Mais uma vez os crónicos analistas de olhos fechados voltam à carga.
A propósito dos sessenta anos do fim da II Grande Guerra e I Guerra Mundial, a de 1939-45.
Renovam esses crónicos analistas as suas iras ou a sua angústia cada vez que se compara o mega-totalitarismo hitleriano ao mega-totalitarismo estaliano-marxista-leninista.
Dizem eles, quase sempre, que é preciso não esquecer que sem os exércitos soviéticos os aliados não teriam ganho a guerra.
Tanto assim – dizem – que só os soviéticos tiveram na guerra tantos mortos como o resto dos aliados.
Se alguém lhes lembra que o material de guerra usado pelos exércitos soviéticos, para resistirem aos alemães, foi principalmente fornecido pelos Americanos, os crónicos analistas espolinham-se de fúria.
Pois pode lá comparar-se perdas humanas comunistas com perdas de material capitalista!
De acordo, tenho de facilmente conceder.
Mas aos crónicos analistas não basta tão importante vitória dialéctica.
Querem mais.
E lembram que não se podem comparar os totalitarismos em guerra.
Um era humanitário, mesmo humanista, feito para o bem e progresso dos trabalhadores e o outro é culpado de tudo, sobretudo do holocausto do povo judeu.
Alto! Mais disso não.
Quero dizer que os soviéticos foram culpados de um holocausto tão nefando como o nefandíssimo holocausto judaico.
Mas daquele não se fala.
Mas foi o holocausto de muitíssimos milhões de seres humanos liquidados na China, no Vietename, no Camboja, em Cuba, na Espanha de 1936-1939, na U.R.S.S., em todos os Países para lá da Cortina de Ferro, porque eram burgueses, proprietários, patrões, quadros e técnicos ou intelectuais, ao serviço do capitalismo, para não falar de outros “agentes” seus, como padres e freiras.
Para esses houve também uma “solução final”, tão radical e cega como a “solução final” hitleriana para os Judeus e à escala mundial.
E uma “solução final” igualmente programada, mas desde muito antes, desde a invenção por Marx da luta de classes, que só poderia acabar com a liquidação de toda essa “burguesia”, culpada de trabalhar para o seu próprio enriquecimento e para o enriquecimento geral.
Há muitíssima boa gente que esquece esse formidável holocausto de muitas dezenas de anos, em campos de concentração dos vários gulagues e fora deles; ou gente que prefere falar como se esse holocausto não tivesse existido ou ficasse historicamente a dever alguma coisa ao outro.
Ambos horrendos.
Nenhum deles pode ser lavado ou omitido.
A.C.R.
A propósito dos sessenta anos do fim da II Grande Guerra e I Guerra Mundial, a de 1939-45.
Renovam esses crónicos analistas as suas iras ou a sua angústia cada vez que se compara o mega-totalitarismo hitleriano ao mega-totalitarismo estaliano-marxista-leninista.
Dizem eles, quase sempre, que é preciso não esquecer que sem os exércitos soviéticos os aliados não teriam ganho a guerra.
Tanto assim – dizem – que só os soviéticos tiveram na guerra tantos mortos como o resto dos aliados.
Se alguém lhes lembra que o material de guerra usado pelos exércitos soviéticos, para resistirem aos alemães, foi principalmente fornecido pelos Americanos, os crónicos analistas espolinham-se de fúria.
Pois pode lá comparar-se perdas humanas comunistas com perdas de material capitalista!
De acordo, tenho de facilmente conceder.
Mas aos crónicos analistas não basta tão importante vitória dialéctica.
Querem mais.
E lembram que não se podem comparar os totalitarismos em guerra.
Um era humanitário, mesmo humanista, feito para o bem e progresso dos trabalhadores e o outro é culpado de tudo, sobretudo do holocausto do povo judeu.
Alto! Mais disso não.
Quero dizer que os soviéticos foram culpados de um holocausto tão nefando como o nefandíssimo holocausto judaico.
Mas daquele não se fala.
Mas foi o holocausto de muitíssimos milhões de seres humanos liquidados na China, no Vietename, no Camboja, em Cuba, na Espanha de 1936-1939, na U.R.S.S., em todos os Países para lá da Cortina de Ferro, porque eram burgueses, proprietários, patrões, quadros e técnicos ou intelectuais, ao serviço do capitalismo, para não falar de outros “agentes” seus, como padres e freiras.
Para esses houve também uma “solução final”, tão radical e cega como a “solução final” hitleriana para os Judeus e à escala mundial.
E uma “solução final” igualmente programada, mas desde muito antes, desde a invenção por Marx da luta de classes, que só poderia acabar com a liquidação de toda essa “burguesia”, culpada de trabalhar para o seu próprio enriquecimento e para o enriquecimento geral.
Há muitíssima boa gente que esquece esse formidável holocausto de muitas dezenas de anos, em campos de concentração dos vários gulagues e fora deles; ou gente que prefere falar como se esse holocausto não tivesse existido ou ficasse historicamente a dever alguma coisa ao outro.
Ambos horrendos.
Nenhum deles pode ser lavado ou omitido.
A.C.R.