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2004/12/13

Não há entre eles sinais de vida. Só sinais de mortos. 

Cuidado, gentes!
Tirai-vos do caminho!
Escondei as crianças!
Não ouvis, ao longe ainda?...
Vem aí forte tropel!
Trazem clarins… Não são apenas cavalgaduras…
Cada vez mais perto, sim.
Também já soam forte os tambores.
Ouvis fanfarras, ou pífaros?
Sim, e cânticos, parece…
Horrendas vozes, Senhor!
Mais ameaçadoras até que os cavalos!
São gente feroz, com certeza: fugi!
E que mar de estandartes !
Bandeiras também, com estranhas cruzes…
Que cruzes serão, que ninguém as conhece por aqui?...
Já percebo!
São as hordas daquela frente nacional que….
Que alívio ! Já me sossegas, pá!...
Mas como saber, pá?... Tem cuidado ! Olha que são mais que arruaceiros…
Espalha, por favor, o alarme por toda a parte. Já. Recomenda-se.
São perigosíssimos. Capazes de tudo!
Até de usar a cabeça, embora pouco, por enquanto.
Ninguém argumenta com eles!
Aprendem filosofia ainda a mamar nas mães.
Sabem de história como nem o Doutor H.S. …
E de Política, então!
Dizem eles que nem o Doutor S. sabia tanto!
E eloquentes como ratos em despensa fortemente municiada de queijo das Ilhas, ou mesmo dum “flamengo” rasca.
E que peritos em engenharia genética são!
Produzem seres eleitos, clonando miseráveis ratos e macacos.
Realmente uma raça superior.
Não há armas que os vençam!
Só à gargalhada.
À gargalhada?!
Mas cuidado ! Não gargalhes muito alto…
Tem pena, tem dó… Olha para eles acomodados por aí.
Descansam da sua guerra. Estão todos a dormitar.
Schiu! Escutam os segredos dos augures do paganismo esotérico.
Um dia a raça deles salvará este Mundo e o Outro.
Os augures prometeram assim tanto aos jovens guerreiros?!...
Sim, os augures são muito dóceis.
“Então, todos a pé ! E cá vamos malta !” - gritou o condottiere estremunhado aos três ou quatro militantes que restavam acordados, os quais logo pressurosamente seguiram na cola dele, a caminho do previsto assalto para os lados do Combro.

A todo o instante poderá haver notícias dos acontecimentos prometidos pelo caudilho. Ele não desespera e, ao que consta, continua aguardando noite e dia, no alto da calçada do Lavra, os reforços de todo o País que hão-de chegar pelo elevador, para o assalto decisivo.

Seia, 10.12.04

A.C.R.


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