2004/02/19
Voltando ao MPP – Movimento Popular Português.
Agora, sim, vamos falar, enfim, de porque acabou.
O balanço do Novo Nacionalismo Português não ficaria completo. (XII)
(continuação do post de 2004/02/18)
Em certa altura, alguns de nós começámos a apercebermo-nos, já em Agosto, de tentativas de fractura da coesão interna do grupo. O provocador ostensivo era um dos outros dois jovens trazidos pelo jovem Craveiro Lopes, o qual parecia apostado em dividir o núcleo duro do MPP, que se reunia com alguma regularidade no “refúgio” de Conímbriga. A certo ponto, parecia mesmo estar a conseguir levar para o seu lado um dos mais velhos elementos do núcleo duro, mas também dos mais recentes, por isso talvez menos integrado na “cultura” do grupo do VECTOR. Desmascarado o jovem numa reunião de Conímbriga — penso que na última que lá fizemos — foi-lhe comunicada a sua expulsão do MPP, que acatou imediatamente, retirando-se logo seguido da jovem de que já também falei.
Acreditámos que nos havíamos livrado do elemento perturbador, talvez mesmo mais que isso, talvez uma infiltração completamente alheia aos propósitos do grupo, possivelmente servindo interesses que não tinham a clareza dos nossos.
Setembro, veio a ficar como um mês de derrotas, mas também como um mês que algumas coisas clarificou.
Efectivamente rumores pouco tranquilizadores andavam no ar.
Diria que o nosso posicionamento de radical anticomunismo não convinha aos spinolistas, que não quereriam alertar o PCP com as manobras que eles, spinolistas, andariam já a dispor para a “inventona” de fins de Setembro.
Falhada a possível tentativa de nos minarem por dentro, “pondo” no MPP pessoas dóceis aos seus planos, mesmo assim só estaria completada, aos olhos deles, a “unidade” da Direita em Portugal, se o sector nacionalista que representávamos pudesse ser dado como incluído nela, mas depois de domesticado e depois de anulados os seus dirigentes incómodos, precisamente o núcleo duro do VECTOR, que éramos aliás a grande maioria dos dirigentes do MPP.
Mas o grupo demonstrou a sua solidez rejeitando as tentativas de nos dividirem. Os que saíram não representavam de facto nada dentro do espírito e projectos do VECTOR.
Isso, porém, não nos fechou os olhos às realidades circundantes do momento.
E a principal dessas realidades era que não podíamos esperar senão hostilidade dos spinolistas, cujo líder, por outro lado, era a aposta de muita gente das nossas simpatias, gente que só o tempo poderia esclarecer, e não nós ou quem quer que fosse, naquela conjuntura de optimismo pouco reflectido.
Convidados para uma reunião no “franjinhas”, onde se falou da manifestação da “maioria silenciosa”, no Campo Pequeno, projectada para a noite de 27 de Setembro, os dois representantes do MPP que lá fomos saímos perfeitamente convencidos e sem ilusões sobre o aventureirismo amador para que tudo aquilo se encaminhava.
Como veio a confirmar-se
Não aconselhámos a ninguém a participação nos “eventos” preparados.
Consumada em 28 de Setembro a derrota da Direita e dos Nacionalistas, fez-se uma análise serena e fria da situação, para concluirmos que não havia mais lugar para a multidão de Partidos que tinham surgido naqueles cinco meses acabados de passar.
Em coerência, decidiu-se a dissolução do MPP.
Passado mais de um mês surgiu o convite ao grupo do VECTOR para aderir ao PDC – Partido da Democracia Cristã.
Convite apresentado, aliás, expressamente, como traduzindo o reconhecimento do significado e valor do combate do CESV pela Doutrina Social da Igreja, que o PDC dizia prosseguir também.
Na nossa aceitação do convite, depois de uma reunião do núcleo duro do VECTOR, que já incluía o Dr. Manuel Arnao Metelo, com os principais dirigentes e fundadores do PDC, para esclarecimento dos termos em que éramos convidados, pesaram esses termos perfeitamente satisfatórios, na altura. Mas pesou ainda mais a necessidade que todos reconhecíamos de unir forças face aos combates que se aproximavam e agora mais duros e exigentes seriam, depois da derrota de 28 de Setembro.
Na verdade, o convite era sumamente interesseiro, porque o PDC carecia em absoluto de quadros experientes e de convicções.
Nós estávamos desmobilizados politicamente, mas prontos para continuar o combate de sempre.
A.C.R.
(continua num próximo post)
O balanço do Novo Nacionalismo Português não ficaria completo. (XII)
(continuação do post de 2004/02/18)
Em certa altura, alguns de nós começámos a apercebermo-nos, já em Agosto, de tentativas de fractura da coesão interna do grupo. O provocador ostensivo era um dos outros dois jovens trazidos pelo jovem Craveiro Lopes, o qual parecia apostado em dividir o núcleo duro do MPP, que se reunia com alguma regularidade no “refúgio” de Conímbriga. A certo ponto, parecia mesmo estar a conseguir levar para o seu lado um dos mais velhos elementos do núcleo duro, mas também dos mais recentes, por isso talvez menos integrado na “cultura” do grupo do VECTOR. Desmascarado o jovem numa reunião de Conímbriga — penso que na última que lá fizemos — foi-lhe comunicada a sua expulsão do MPP, que acatou imediatamente, retirando-se logo seguido da jovem de que já também falei.
Acreditámos que nos havíamos livrado do elemento perturbador, talvez mesmo mais que isso, talvez uma infiltração completamente alheia aos propósitos do grupo, possivelmente servindo interesses que não tinham a clareza dos nossos.
Setembro, veio a ficar como um mês de derrotas, mas também como um mês que algumas coisas clarificou.
Efectivamente rumores pouco tranquilizadores andavam no ar.
Diria que o nosso posicionamento de radical anticomunismo não convinha aos spinolistas, que não quereriam alertar o PCP com as manobras que eles, spinolistas, andariam já a dispor para a “inventona” de fins de Setembro.
Falhada a possível tentativa de nos minarem por dentro, “pondo” no MPP pessoas dóceis aos seus planos, mesmo assim só estaria completada, aos olhos deles, a “unidade” da Direita em Portugal, se o sector nacionalista que representávamos pudesse ser dado como incluído nela, mas depois de domesticado e depois de anulados os seus dirigentes incómodos, precisamente o núcleo duro do VECTOR, que éramos aliás a grande maioria dos dirigentes do MPP.
Mas o grupo demonstrou a sua solidez rejeitando as tentativas de nos dividirem. Os que saíram não representavam de facto nada dentro do espírito e projectos do VECTOR.
Isso, porém, não nos fechou os olhos às realidades circundantes do momento.
E a principal dessas realidades era que não podíamos esperar senão hostilidade dos spinolistas, cujo líder, por outro lado, era a aposta de muita gente das nossas simpatias, gente que só o tempo poderia esclarecer, e não nós ou quem quer que fosse, naquela conjuntura de optimismo pouco reflectido.
Convidados para uma reunião no “franjinhas”, onde se falou da manifestação da “maioria silenciosa”, no Campo Pequeno, projectada para a noite de 27 de Setembro, os dois representantes do MPP que lá fomos saímos perfeitamente convencidos e sem ilusões sobre o aventureirismo amador para que tudo aquilo se encaminhava.
Como veio a confirmar-se
Não aconselhámos a ninguém a participação nos “eventos” preparados.
Consumada em 28 de Setembro a derrota da Direita e dos Nacionalistas, fez-se uma análise serena e fria da situação, para concluirmos que não havia mais lugar para a multidão de Partidos que tinham surgido naqueles cinco meses acabados de passar.
Em coerência, decidiu-se a dissolução do MPP.
Passado mais de um mês surgiu o convite ao grupo do VECTOR para aderir ao PDC – Partido da Democracia Cristã.
Convite apresentado, aliás, expressamente, como traduzindo o reconhecimento do significado e valor do combate do CESV pela Doutrina Social da Igreja, que o PDC dizia prosseguir também.
Na nossa aceitação do convite, depois de uma reunião do núcleo duro do VECTOR, que já incluía o Dr. Manuel Arnao Metelo, com os principais dirigentes e fundadores do PDC, para esclarecimento dos termos em que éramos convidados, pesaram esses termos perfeitamente satisfatórios, na altura. Mas pesou ainda mais a necessidade que todos reconhecíamos de unir forças face aos combates que se aproximavam e agora mais duros e exigentes seriam, depois da derrota de 28 de Setembro.
Na verdade, o convite era sumamente interesseiro, porque o PDC carecia em absoluto de quadros experientes e de convicções.
Nós estávamos desmobilizados politicamente, mas prontos para continuar o combate de sempre.
A.C.R.
(continua num próximo post)
Etiquetas: Balanço do Nacionalismo Português Actual, II Congresso Nacionalista Português, Um Nacionalismo Novo