2004/02/18
Para o balanço do Nacionalismo Português contemporâneo (XI).
Mais alguns dados sobre a vida da “Resistência”.
(continuação do post de 2004/02/17)
“Resistência” foi o nome que demos à revista quando ela nasceu, em 1968, nome que foi logo muito bem acolhido, mesmo pelos que achavam que podia lembrar um certo cariz político dos tempos de 1939-45, na Europa, com tendências muitas vezes laicistas e anti-católicas.
Não foi dessa opinião, por exemplo, o Pe. Joaquim de Jesus Guerra S.J.,(*) que viria a ser um grande amigo e colaborador da “Resistência” e meu, o qual abraçou desde logo a ideia do nome com o maior entusiasmo. Outros, aliás, o achariam um “verdadeiro tiro”, a acertar em cheio no alvo. Mesmo os que pensavam que o título era antes indicativo de “passividade na defensiva” que de “defesa mas ao ataque”, como se impunha, acabaram por aceitar muito bem a designação. Muitos viriam mesmo a pensar que dificilmente se teria achado um nome que expressasse melhor o longo fôlego da acção que então empreendemos, com o lançamento da “Resistência”.
Fui, durante os dezoito anos da sua ininterrupta publicação, o seu director, na plenitude das responsabilidades, e chefe de redacção. Mas com o pleno empenhamento do grupo do VECTOR, a partir de Novembro de 1978, no conselho de administração e na direcção executiva da Universidade Livre, de que, nessa altura, me tornei o administrador-delegado, as funções de chefe de redacção passaram a ser exercidas, primeiro pelo Dr. Amândio César, esse que foi prodígio de talento literário, de dedicação e lealdade, de capacidade para a coordenação e angariação de colaborações as mais prestigiosas, para além do enorme talento de conversador cultíssimo, cheio também de humor... e tolerância; e, a seguir ao Dr. Amândio César, desempenhou o Dr. Paulo Teixeira Pinto as funções de chefe de redacção da “Resistência”. Era um jovem jurista, também ele muito talentoso, como já reconheciam todos os que com ele convivíamos e como a vida política e empresarial, a que veio a dedicar-se, plenamente confirmou, embora não sejam poucos os que ainda agora esperam bastante mais dele.
Se a estes nomes acrescentássemos os de centenas de Autores que escreveram ou foram publicados na “Resistência”, com maior ou menor assiduidade, nacionais e estrangeiros, de todas as gerações contemporâneas da revista, teríamos um rol de personalidade verdadeiramente impressionante, em quantidade e em qualidade. Em suma, uma boa parte da elite cultural católica do país desses dezoito anos que a “Resistência” durou.
Consultem-se os 147 tomos da revista, com as suas perto de 15.000 páginas...
Não era de resto difícil conseguir originais: a grande maioria dos convidados sentiam muito prazer e mesmo honra em escrever para a “Resistência”, ao lado de tantos nomes consagrados ou de jovens promessas.
Mas igualmente porque a “Resistência” também foi, em Portugal, a 1ª grande intervenção colectiva de leigos católicos, não mandatados, na discussão dos problemas da Igreja.
Talvez por isso tenha a revista sido apreciada, como foi, pelo Patriarca D. Manuel Gonçalves Cerejeira e bastante menos pelo seu sucessor, D. António Ribeiro.
A.C.R.
(*) O Pe. Joaquim de Jesus Guerra S. J. missionou durante 50 anos no Oriente (China e Macau), foi um grande sinólogo, cujas traduções dos clássicos chineses viu publicadas nos anos oitenta e setenta, com o apoio do Governo português de Macau. Duas vezes condenado à morte pelos maoístas, das duas vezes se salvou in extremis.
(continua num próximo post)
(continuação do post de 2004/02/17)
“Resistência” foi o nome que demos à revista quando ela nasceu, em 1968, nome que foi logo muito bem acolhido, mesmo pelos que achavam que podia lembrar um certo cariz político dos tempos de 1939-45, na Europa, com tendências muitas vezes laicistas e anti-católicas.
Não foi dessa opinião, por exemplo, o Pe. Joaquim de Jesus Guerra S.J.,(*) que viria a ser um grande amigo e colaborador da “Resistência” e meu, o qual abraçou desde logo a ideia do nome com o maior entusiasmo. Outros, aliás, o achariam um “verdadeiro tiro”, a acertar em cheio no alvo. Mesmo os que pensavam que o título era antes indicativo de “passividade na defensiva” que de “defesa mas ao ataque”, como se impunha, acabaram por aceitar muito bem a designação. Muitos viriam mesmo a pensar que dificilmente se teria achado um nome que expressasse melhor o longo fôlego da acção que então empreendemos, com o lançamento da “Resistência”.
Fui, durante os dezoito anos da sua ininterrupta publicação, o seu director, na plenitude das responsabilidades, e chefe de redacção. Mas com o pleno empenhamento do grupo do VECTOR, a partir de Novembro de 1978, no conselho de administração e na direcção executiva da Universidade Livre, de que, nessa altura, me tornei o administrador-delegado, as funções de chefe de redacção passaram a ser exercidas, primeiro pelo Dr. Amândio César, esse que foi prodígio de talento literário, de dedicação e lealdade, de capacidade para a coordenação e angariação de colaborações as mais prestigiosas, para além do enorme talento de conversador cultíssimo, cheio também de humor... e tolerância; e, a seguir ao Dr. Amândio César, desempenhou o Dr. Paulo Teixeira Pinto as funções de chefe de redacção da “Resistência”. Era um jovem jurista, também ele muito talentoso, como já reconheciam todos os que com ele convivíamos e como a vida política e empresarial, a que veio a dedicar-se, plenamente confirmou, embora não sejam poucos os que ainda agora esperam bastante mais dele.
Se a estes nomes acrescentássemos os de centenas de Autores que escreveram ou foram publicados na “Resistência”, com maior ou menor assiduidade, nacionais e estrangeiros, de todas as gerações contemporâneas da revista, teríamos um rol de personalidade verdadeiramente impressionante, em quantidade e em qualidade. Em suma, uma boa parte da elite cultural católica do país desses dezoito anos que a “Resistência” durou.
Consultem-se os 147 tomos da revista, com as suas perto de 15.000 páginas...
Não era de resto difícil conseguir originais: a grande maioria dos convidados sentiam muito prazer e mesmo honra em escrever para a “Resistência”, ao lado de tantos nomes consagrados ou de jovens promessas.
Mas igualmente porque a “Resistência” também foi, em Portugal, a 1ª grande intervenção colectiva de leigos católicos, não mandatados, na discussão dos problemas da Igreja.
Talvez por isso tenha a revista sido apreciada, como foi, pelo Patriarca D. Manuel Gonçalves Cerejeira e bastante menos pelo seu sucessor, D. António Ribeiro.
A.C.R.
(*) O Pe. Joaquim de Jesus Guerra S. J. missionou durante 50 anos no Oriente (China e Macau), foi um grande sinólogo, cujas traduções dos clássicos chineses viu publicadas nos anos oitenta e setenta, com o apoio do Governo português de Macau. Duas vezes condenado à morte pelos maoístas, das duas vezes se salvou in extremis.
(continua num próximo post)
Etiquetas: Balanço do Nacionalismo Português Actual, II Congresso Nacionalista Português, Um Nacionalismo Novo