2011/05/12
Pobres, ricos & escolas do Estado
José Sócrates tem insistido abundantemente na sua narrativa sobre o ensino, que, aliás, não é sua mas da esquerda, que, como sempre acontece por defeito ideológico, é uma narrativa de bons – o ensino estatal, os pobres – e de maus – o ensino particular, os ricos.
A retórica, desde logo, está viciada, porque públicas são todas as escolas, porque todas têm público. O que sucede é que a maior parte são propriedade do Estado – e, pelos vistos, os alunos também – enquanto que outras não são do Estado, isto é, são particulares, e já se percebeu que custa muito ao ex-PM não ter o monopólio das almas e das paredes do ensino particular, como tem do ensino estatal. É que ser dono de um sistema de ensino dá poder de o programar ideologicamente e de endoutrinar.
Para além disto, há diferenças indesmentíveis de resultados, sobretudo no fim do secundário, entre o ensino particular e o ensino estatal, ano após ano. Basta ver os rankings e comparar, coisa que irrita solenemente o Engº Sócrates. A fome de votos é tanta, e ele sabe que a maioria dos alunos anda em escolas do Estado, que não hesita em lançar para cima do ensino particular o espectro da inveja, acusando de ser de ricos, como se tivesse as culpas do descalabro do ensino estatal. Com tamanho ressentimento contra o ensino particular o Engº Sócrates não faz mais do que realçar aquilo que os rankings têm vindo a confirmar à saciedade: a perda contínua de qualidade do ensino estatal, ao ponto de muitos professores com mais experiência estarem a abandonar o sistema em direcção à reforma antecipada. A escola do Estado não precisa que a ataquem, ela é o ataque a si própria.
É óbvio que a identificação do Engº Sócrates, de todo o seu círculo de colaboradores e de todos os seus ex-ministros, filhos e demais família, com os pobres é total. Todos eles são pobres e andaram ou andam em escolas do Estado: o Armando Vara, o Silva Pereira, a ex-ministra Alçada, o ex-ministro Alberto Martins e a esposa, etc. Todos pobres. É claro que o Colégio Moderno está cheio de pobres, especialmente os seus proprietários e dirigentes.
O Engº Sócrates ilude os portugueses com a abundância de obras, equipamentos e electrodomésticos nas escolas, presumindo que pelo facto das escolas estarem muito apetrechadas com tecnologia, isso transforma automaticamente os alunos em craques. Só há um problema, que a maldita realidade teima em perpetuar: não é o material que vai a exame, são os alunos.
manuelbras@portugalmail.pt
A retórica, desde logo, está viciada, porque públicas são todas as escolas, porque todas têm público. O que sucede é que a maior parte são propriedade do Estado – e, pelos vistos, os alunos também – enquanto que outras não são do Estado, isto é, são particulares, e já se percebeu que custa muito ao ex-PM não ter o monopólio das almas e das paredes do ensino particular, como tem do ensino estatal. É que ser dono de um sistema de ensino dá poder de o programar ideologicamente e de endoutrinar.
Para além disto, há diferenças indesmentíveis de resultados, sobretudo no fim do secundário, entre o ensino particular e o ensino estatal, ano após ano. Basta ver os rankings e comparar, coisa que irrita solenemente o Engº Sócrates. A fome de votos é tanta, e ele sabe que a maioria dos alunos anda em escolas do Estado, que não hesita em lançar para cima do ensino particular o espectro da inveja, acusando de ser de ricos, como se tivesse as culpas do descalabro do ensino estatal. Com tamanho ressentimento contra o ensino particular o Engº Sócrates não faz mais do que realçar aquilo que os rankings têm vindo a confirmar à saciedade: a perda contínua de qualidade do ensino estatal, ao ponto de muitos professores com mais experiência estarem a abandonar o sistema em direcção à reforma antecipada. A escola do Estado não precisa que a ataquem, ela é o ataque a si própria.
É óbvio que a identificação do Engº Sócrates, de todo o seu círculo de colaboradores e de todos os seus ex-ministros, filhos e demais família, com os pobres é total. Todos eles são pobres e andaram ou andam em escolas do Estado: o Armando Vara, o Silva Pereira, a ex-ministra Alçada, o ex-ministro Alberto Martins e a esposa, etc. Todos pobres. É claro que o Colégio Moderno está cheio de pobres, especialmente os seus proprietários e dirigentes.
O Engº Sócrates ilude os portugueses com a abundância de obras, equipamentos e electrodomésticos nas escolas, presumindo que pelo facto das escolas estarem muito apetrechadas com tecnologia, isso transforma automaticamente os alunos em craques. Só há um problema, que a maldita realidade teima em perpetuar: não é o material que vai a exame, são os alunos.
manuelbras@portugalmail.pt
Etiquetas: Ensino