2009/01/05
Um verdadeiro caso de estudo patológico
Manuel Brás
É a forma como a generalidade dos media “cobre”, entre notícias, comentários, entrevistas e entrevistados, o casus belli entre Israel e o Hamas, não só neste último desenlace como em tempos mais pretéritos.
Curiosamente, ou não, no meio de tantas notícias, comentários e entrevistas a “opinião pública” sabe imenso sobre Israel e as suas alegadas atrocidades, mas nada sabe sobre o Hamas, que não representa a Palestina, antes é uma facção criada nos anos 80 pelo Irão destinada a matar e a fazer morrer os próprios palestinianos em nome da causa da destruição de Israel, que eles designam como “sionismo”.
Os israelitas, tal como os outros povos, não são propriamente “anjinhos da glória”, mas a cultura e a maneira de estar no conflito e na guerra do Hamas, como o encorajamento ao suicídio sangrento para matar, a utilização de escudos humanos e o facto de ser um exército sem uniforme que vive no meio da população, potencial bélico colocado intencionalmente no meio de alvos civis, faz dessa organização algo muito pior e sinistro do que se possa imaginar. Desta forma o Hamas arranjou o álibi para poder atacar sempre sem poder ser atacado, graças aos palestinianos, seus escudos humanos.
Mas a “opinião pública” e essa outra entidade algo obscura que dá pelo nome de “comunidade internacional” toleram tudo ao Hamas. Porque será?
O que diria a opinião pública se fosse ao contrário? Se Israel usasse os seus civis como escudo para se defender do Hamas em vez de usar tropas regulares?
Os europeus precisam de entender o que está em jogo de um lado e doutro deste conflito: Israel não é igual ao Hamas. Foi o Hamas que, unilateralmente, interrompeu o tratado de paz que vigorava há 6 meses e continuou a lançar rockets sobre populações civis israelitas. Até quando?
Para o Hamas, a prioridade é “varrer Israel do mapa”, com palavras do inefável Ahmadinejad, citando, por sua vez, o inefável ayatollah Khomeni, – e quem sabe, depois, mais o quê? – daí que não hesitem em usar civis palestinianos como escudo para alcançar esse fim. Para Israel, a prioridade é proteger os seus civis dos rockets do Hamas. O conflito é este: os que querem morrer contra os que querem viver. Terão os que querem viver direito a defender-se dos que querem morrer?
É esta diferença que é vedada à opinião pública europeia e que vicia o juízo sobre as partes em conflito e sobre o próprio conflito.
É óbvio que a solução desejável, que embora difícil não é impossível, seria que o Hamas não lançasse nem mais um rocket e Israel não fizesse nem mais um ataque aéreo sobre Gaza. Todos os esforços para chegar a um acordo nesse sentido devem ser feitos.
Porém, o que não podemos esquecer é que o Hamas gosta muito mais de guerra e de mortes do que Israel. O Hamas, ao contrário do Ocidente, quer a guerra e não tem medo dela.
E esse facto, tão difícil de entender para os ocidentais, que têm tanto medo da guerra, é talvez o mais determinante para chegar a um processo de paz.
manuelbras@portugalmail.pt
É a forma como a generalidade dos media “cobre”, entre notícias, comentários, entrevistas e entrevistados, o casus belli entre Israel e o Hamas, não só neste último desenlace como em tempos mais pretéritos.
Curiosamente, ou não, no meio de tantas notícias, comentários e entrevistas a “opinião pública” sabe imenso sobre Israel e as suas alegadas atrocidades, mas nada sabe sobre o Hamas, que não representa a Palestina, antes é uma facção criada nos anos 80 pelo Irão destinada a matar e a fazer morrer os próprios palestinianos em nome da causa da destruição de Israel, que eles designam como “sionismo”.
Os israelitas, tal como os outros povos, não são propriamente “anjinhos da glória”, mas a cultura e a maneira de estar no conflito e na guerra do Hamas, como o encorajamento ao suicídio sangrento para matar, a utilização de escudos humanos e o facto de ser um exército sem uniforme que vive no meio da população, potencial bélico colocado intencionalmente no meio de alvos civis, faz dessa organização algo muito pior e sinistro do que se possa imaginar. Desta forma o Hamas arranjou o álibi para poder atacar sempre sem poder ser atacado, graças aos palestinianos, seus escudos humanos.
Mas a “opinião pública” e essa outra entidade algo obscura que dá pelo nome de “comunidade internacional” toleram tudo ao Hamas. Porque será?
O que diria a opinião pública se fosse ao contrário? Se Israel usasse os seus civis como escudo para se defender do Hamas em vez de usar tropas regulares?
Os europeus precisam de entender o que está em jogo de um lado e doutro deste conflito: Israel não é igual ao Hamas. Foi o Hamas que, unilateralmente, interrompeu o tratado de paz que vigorava há 6 meses e continuou a lançar rockets sobre populações civis israelitas. Até quando?
Para o Hamas, a prioridade é “varrer Israel do mapa”, com palavras do inefável Ahmadinejad, citando, por sua vez, o inefável ayatollah Khomeni, – e quem sabe, depois, mais o quê? – daí que não hesitem em usar civis palestinianos como escudo para alcançar esse fim. Para Israel, a prioridade é proteger os seus civis dos rockets do Hamas. O conflito é este: os que querem morrer contra os que querem viver. Terão os que querem viver direito a defender-se dos que querem morrer?
É esta diferença que é vedada à opinião pública europeia e que vicia o juízo sobre as partes em conflito e sobre o próprio conflito.
É óbvio que a solução desejável, que embora difícil não é impossível, seria que o Hamas não lançasse nem mais um rocket e Israel não fizesse nem mais um ataque aéreo sobre Gaza. Todos os esforços para chegar a um acordo nesse sentido devem ser feitos.
Porém, o que não podemos esquecer é que o Hamas gosta muito mais de guerra e de mortes do que Israel. O Hamas, ao contrário do Ocidente, quer a guerra e não tem medo dela.
E esse facto, tão difícil de entender para os ocidentais, que têm tanto medo da guerra, é talvez o mais determinante para chegar a um processo de paz.
manuelbras@portugalmail.pt
Etiquetas: Em defesa do Ocidente, Manuel Brás