2008/11/24
Neoneoconservadores de Obama
Manuel Brás
O estereótipo mediático atribui aos neoconservadores o suporte ideológico e doutrinário da política de George W. Bush.
No entanto, é um facto que alguns conservadores e neoconservadores apoiaram Obama, como por exemplo Francis Fukuyama e Christopher Buckley, em vez de McCain, conforme seria de esperar.
A par da eleição presidencial decorreram consultas em vários estados sobre questões fracturantes, tais como os casamentos gay, o reconhecimento legal do início da vida humana na concepção, introdução de restrições ao aborto ou a imposição de taxas sobre emissões de CO2.
Quanto a resultados, o reconhecimento legal do início da vida humana na concepção não passou e no que toca ao aborto tudo fica na mesma, sem introdução de mais restrições. Os casamentos gay foram chumbados na Califórnia, no Arizona e na Florida e as adopções gay foram chumbadas no Arkansas. A imposição de taxas sobre emissões de CO2 foi chumbada na Califórnia.
Ora, sendo a Califórnia e a Florida dois dos estados mais populosos e em que Obama ganhou – folgadamente na Califórnia e com estreita margem na Florida – é lícito admitir que muitos dos que votaram em Obama votaram também contra os casamentos gay e as taxas sobre CO2, o que é típico de um pensamento e de um eleitorado conservador esclarecido. Parece ter sustentação a ideia de que Obama ganhou com o voto de uma percentagem não despicienda de conservadores que, simultaneamente, onde foi possível pronunciarem-se, não lhe deram margem, nem confiança, para legislar a favor dos casamentos gay nem das taxas sobre emissões de CO2. E também não lhe deram margem nem confiança para facilitar o aborto: uma coisa é considerar que não deve haver mais restrições, outra coisa é facilitar e promover a sua prática.
Por outro lado, Obama prometeu durante a campanha aumentar 65 mil efectivos no Exército americano e 27 mil na Marinha, coisa de fazer inveja aos neoconservadores de Bush.
Irá esta faixa de eleitorado conservador pesar em certas políticas de Obama?
Irão os neoneoconservadores influenciar Obama?
manuelbras@portugalmail.pt
O estereótipo mediático atribui aos neoconservadores o suporte ideológico e doutrinário da política de George W. Bush.
No entanto, é um facto que alguns conservadores e neoconservadores apoiaram Obama, como por exemplo Francis Fukuyama e Christopher Buckley, em vez de McCain, conforme seria de esperar.
A par da eleição presidencial decorreram consultas em vários estados sobre questões fracturantes, tais como os casamentos gay, o reconhecimento legal do início da vida humana na concepção, introdução de restrições ao aborto ou a imposição de taxas sobre emissões de CO2.
Quanto a resultados, o reconhecimento legal do início da vida humana na concepção não passou e no que toca ao aborto tudo fica na mesma, sem introdução de mais restrições. Os casamentos gay foram chumbados na Califórnia, no Arizona e na Florida e as adopções gay foram chumbadas no Arkansas. A imposição de taxas sobre emissões de CO2 foi chumbada na Califórnia.
Ora, sendo a Califórnia e a Florida dois dos estados mais populosos e em que Obama ganhou – folgadamente na Califórnia e com estreita margem na Florida – é lícito admitir que muitos dos que votaram em Obama votaram também contra os casamentos gay e as taxas sobre CO2, o que é típico de um pensamento e de um eleitorado conservador esclarecido. Parece ter sustentação a ideia de que Obama ganhou com o voto de uma percentagem não despicienda de conservadores que, simultaneamente, onde foi possível pronunciarem-se, não lhe deram margem, nem confiança, para legislar a favor dos casamentos gay nem das taxas sobre emissões de CO2. E também não lhe deram margem nem confiança para facilitar o aborto: uma coisa é considerar que não deve haver mais restrições, outra coisa é facilitar e promover a sua prática.
Por outro lado, Obama prometeu durante a campanha aumentar 65 mil efectivos no Exército americano e 27 mil na Marinha, coisa de fazer inveja aos neoconservadores de Bush.
Irá esta faixa de eleitorado conservador pesar em certas políticas de Obama?
Irão os neoneoconservadores influenciar Obama?
manuelbras@portugalmail.pt
Etiquetas: Eleições Americanas, Manuel Brás
