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2006/08/03

Que revolução poderá haver em Cuba? 

A partir do afastamento de Fidel, entenda-se. Desde já, portanto.

Os cubanos do interior serão capazes de impor a mudança do regime?

A sociedade cubana do interior afigura-se totalmente impreparada para o efeito, de tal modo o regime montou(!) o deserto à sua volta.

Note-se que parece não ter havido em muitos anos uma só reacção organizada, contra o despotismo do regime.

Isso quererá dizer que este conseguiu anular toda a sociedade orgânica?

Nem sequer a Igreja mostrou capacidade significativa de reacção.

Ou, se trabalhou de facto para o que aí venha, há-de acabar por ver-se.

Do exército também nada consta, se é que alguma coisa poderá esperar-se de positivo dele.

Quanto aos sindicatos, portaram-se sempre como fantoches.

O tempo de reinado do irmão mais novo de Fidel mostrará se surgem líderes para uma verdadeira transição ou mesmo golpe de Estado contra o castrismo.

Não consta que haja, ao menos nas estruturas do Estado, “tubarões” camuflados de dirigentes de empresas estatais, como havia, entre 1978 e 1991, em todos os países do Leste europeu, prontos a cavalgar a revolução (ou as oportunidades de revolução) para se lançarem no empreendedorismo mais desenfreado, em proveito próprio.

No sector do turismo, que parece ter-se desenvolvido muitíssimo estes anos, ter-se-ão criado quadros, ou potenciais quadros, ambiciosos de novos horizontes de expansão dos negócios do turismo, capazes de dar o piparote necessário ao desaparecimento do regime, que os castra e castrizou?

Talvez mesmo esses não consigam o impulso necessário, para arriscar, antes que a morte física de Fidel aconteça.

A não ser que ela já tenha efectivamente acontecido…

Claro que também não imaginamos, e muito menos sabemos, do que serão capazes as várias centenas de milhares de cubanos exilados e instalados na Florida/Miami.

Talvez prefiram esperar que os cordelinhos do poder lhes caiam de podres nos braços ou mãos…

Seguros possivelmente de que, de qualquer modo, o futuro lhes pertence, porque têm dinheiro para investir e porque dominem os mecanismos para o fazer render nos negócios – sobretudo turísticos – que serão o único legado útil de Fidel, para a História de Cuba e para o enterro do seu regime.

Ou defender-se-á esse regime desesperada e ferozmente ainda?

Não se sabe qual o estofo do suposto sucessor de Fidel, nem qual o seu grau de cegueira política e dos quadros, talvez moribundos, que ficam a cercá-lo.

Eles poderiam prestar um grande serviço a Cuba, desertando pura e simplesmente.

Por exemplo, para Miami…

A.C.R.

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