2006/05/11
Poderia o novo nacionalismo ser anti-burguês?
Que pergunta tão disparatada! – dirão porventura alguns.
Pois, pois…
É que ao longo dos anos conheci “nacionalistas”, considerados cultos e inteligentes até, que não podiam ouvir falar de burguesia, pareciam mesmo tomar como insulto pessoal qualquer papel histórico decisivo que se atribuísse aos burgueses e à burguesia.
Eu gostava, uma vez ou outra, de provocá-los, excitá-los, dizendo por exemplo que não via, nos últimos quinhentos anos do Ocidente, classe social que mais tivesse contribuído para o desenvolvimento da humanidade, desde a economia, à ciência, às artes, à política e até à religião.
Lembro-me de um nacionalista que, nesta altura da conversa, chegava a deitar fumo pelo nariz.
Cortou relações comigo.
Por mim, aprendi a lição e deixei-me dessas provocações, que só uma certeza desculparia: a minha convicção e conhecimento firmes do papel histórico e sobretudo contemporâneo da burguesia.
Por seu lado, os crentes nacionalistas no papel exclusivo das aristocracias e aristocratas, no desenvolvimento histórico da humanidade e do nacionalismo, também deixaram de acicatar-me.
Talvez para não se verem obrigados a rever de alto a baixo a sua ideia de nacionalismo e nacionalistas, para eles uma espécie de clubes fechados contra a evidência e bom senso…
Quando o pensamento parte de premissas absurdas, o mais certo é que os desenvolvimentos dele sejam cenários cada vez mais absurdos.
A.C.R.
(continua)
P.S. Não resisto a referir o texto “Misturadas” de “O Corcunda”, no “Pasquim da Reacção” de 05 do corrente. Recorda-me uma hipótese de trabalho aliciante para análise de monárquicos e nacionalistas: até que ponto o regime nazi e o Führer podem ser considerados, respectivamente, uma monarquia e um monarca. Caminho, no entanto, perigoso, que não aconselharia a ninguém, para evitar anátemas dispensáveis de muitas bandas.
P.S.2. Um abraço a Francisco Múrias pelo seu poste “A Nação”, em particular no vigor com que combate a identificação que alguns fazem entre etnia e Nação.
Pois, pois…
É que ao longo dos anos conheci “nacionalistas”, considerados cultos e inteligentes até, que não podiam ouvir falar de burguesia, pareciam mesmo tomar como insulto pessoal qualquer papel histórico decisivo que se atribuísse aos burgueses e à burguesia.
Eu gostava, uma vez ou outra, de provocá-los, excitá-los, dizendo por exemplo que não via, nos últimos quinhentos anos do Ocidente, classe social que mais tivesse contribuído para o desenvolvimento da humanidade, desde a economia, à ciência, às artes, à política e até à religião.
Lembro-me de um nacionalista que, nesta altura da conversa, chegava a deitar fumo pelo nariz.
Cortou relações comigo.
Por mim, aprendi a lição e deixei-me dessas provocações, que só uma certeza desculparia: a minha convicção e conhecimento firmes do papel histórico e sobretudo contemporâneo da burguesia.
Por seu lado, os crentes nacionalistas no papel exclusivo das aristocracias e aristocratas, no desenvolvimento histórico da humanidade e do nacionalismo, também deixaram de acicatar-me.
Talvez para não se verem obrigados a rever de alto a baixo a sua ideia de nacionalismo e nacionalistas, para eles uma espécie de clubes fechados contra a evidência e bom senso…
Quando o pensamento parte de premissas absurdas, o mais certo é que os desenvolvimentos dele sejam cenários cada vez mais absurdos.
A.C.R.
(continua)
P.S. Não resisto a referir o texto “Misturadas” de “O Corcunda”, no “Pasquim da Reacção” de 05 do corrente. Recorda-me uma hipótese de trabalho aliciante para análise de monárquicos e nacionalistas: até que ponto o regime nazi e o Führer podem ser considerados, respectivamente, uma monarquia e um monarca. Caminho, no entanto, perigoso, que não aconselharia a ninguém, para evitar anátemas dispensáveis de muitas bandas.
P.S.2. Um abraço a Francisco Múrias pelo seu poste “A Nação”, em particular no vigor com que combate a identificação que alguns fazem entre etnia e Nação.