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2006/01/23

O dia em que quase todos ganharam 

O que as eleições presidenciais têm de bom é que todos, ou quase todos, ganham sempre alguma coisa.

Desta vez, só Mário Soares perdeu. Mas isto não fica assim. Com meia dúzia de pastilhas para a insónia, daqui por cinco anos lá está ele outra vez a marcar Cavaco em cima. Seria uma pena que a vida política de tão galhardo combatente antifascista acabasse com uma derrota eleitoral. Não pode ser.

Manuel Alegre foi o segundo candidato – não oficial – do PS. Objectivamente, ganhou.

Jerónimo subiu a votação relativamente à do PC nas legislativas. Também ganhou.

Louçã passou a barreira dos 5% e já agendou acções e causas para o seu imparável movimento no futuro próximo. Obviamente, ganhou.

Cavaco, o candidato dito da direita, ganhou à primeira volta por cerca de 30 mil votos. Um resultado aquém das expectativas criadas, mas inequivocamente suficiente para alcançar os seus objectivos. Continuo a dizer que Cavaco pensa em termos económicos e não em termos políticos, isto é, que não tem um pensamento político consistente, nem capacidade argumentativa convincente em áreas diferentes da economia, o que considero uma limitação.

O que fará Cavaco Silva perante questões civilizacionais com que seguramente se confrontará: aborto, procriação medicamente assistida, utilização de embriões excedentários, casamento e adopção por homossexuais, educação sexual estatal compulsiva, consumo de drogas, eutanásia?

Resistirá e argumentará contra ou assinará de cruz dizendo que não pode fazer nada?

O que fará Cavaco Silva perante as intromissões de Bruxelas? Defenderá a independência e a soberania, ou fechará os olhos?

Quanto ao regime, à Constituição e aos órgãos de soberania, não é de esperar que lidere ou encoraje qualquer movimento de mudança.

Em todo o caso, temos o dever de o ajudar a pensar e a ser o Chefe de Estado.

Manuel Brás

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