2005/05/20
Alguns apontamentos da actualidade
A Farsa de “O Código Da Vinci”
Já leu este livro?
Se sim, ganhará sempre em ler a desmontagem da “farsa” feita na obra acabada de aparecer nalgumas livrarias, em Lisboa pelo menos, pelos autores de "A Fraude de O Código Da Vinci".
São eles Carl E. Olson e Sandra Miesel, autores especializados americanos, especialistas nas matérias objecto da fraude.
Se não leu “O Código Da Vinci” mas sabe do êxito de vendas que tem sido, pode prevenir-se contra a burla intelectual, histórica e religiosa que aquilo é.
Aconselho vivamente “A Fraude de o O Código Da Vinci”*, até pelo seu grande humor.
A obsessão do défice das finanças públicas
Parece estar a crescer com este Governo.
É legítimo pensar que o Governo está a ficar paralisado por ela e que dificilmente chegará a governar de verdade.
Por isso se diz já que tem em curso uma premeditada “encenação” do défice, para alijar as responsabilidades pelo seu agravamento e pelas providências curativas que até hoje tem sempre rejeitado mas que vão ser inevitáveis.
Elas contrariarão de todo a habitual filosofia socialista da non-chalance para as “facilidades”.
Temem os fanáticos da via socialista que isso vá obrigar o Governo a medidas cada vez mais duras, interventivas e ditatoriais, que abram caminho a subtis restrições dos direitos humanos e políticos, seguidas talvez duma mudança do regime.
Realmente há precedentes históricos de défices instalados que abriram caminho a regimes autoritários.
Já por aí se escreve e diz até que quem vai aproveitar é Cavaco Silva, cuja candidatura à presidência da República só se compreenderá pela ambição de arrancar para um sistema presidencialista, em que ele será simultaneamente o presidente e o verdadeiro chefe do Governo.
Gaulismo à portuguesa ….
Talvez desorientado por tudo isto, José Pacheco Pereira atira-nos oportunamente com esta nos seu artigo de ontem no “Público”.
“(…”) fazia bem a Portugal o Estado ter muito menos dinheiro para ver se se abria uma oportunidade para não ter vícios.”
Vícios de despesismo compulsivo, principais causadores do défice incurável, entenda-se.
Será que JPP, habitualmente compreensivo para tudo que diga respeito ao “homem providencial” Cavaco Silva, também desta vez está a ficar receoso dessa “prova de confiança” sem reservas a que poderemos ter de deixar que nos sujeitem?....
Ou, pelo contrário, estará a acenar a C.S. para que se apresse?
Há porém piores expectativas ainda.
A “desglobailzação”, novo entretém de economistas.
Anteontem, em Lisboa, na conferência anual da “ASPO - Associação para o Estudo do Pico do Petróleo”, o investigador e professor do Instituto Superior Técnico, Manuel Collares Pereira, sustentou que, com o encarecimento do petróleo, o mundo poderá caminhar para uma desglobalização, à medida que a energia for ficando cada vez mais cara.
“Só é possível transportar produtos de um lado para o outro – explicou – porque o custo energético associado (ao transporte) é muito baixo. Com a energia mais cara, que é para onde caminhamos, a própria economia vai ter de se desglobalizar.”
Estou daqui a ver muita gente a suspirar de alívio, com tal golpe nas perspectivas globalizantes.
Haverá, porém, razões para tanto assim? A verdade é que a globalização não é filha só das facilidades de transporte.
Uma coisa é certa, em todo o caso, assegura o investigador-professor.
A redução de fluxo de mercadorias no planeta vai reduzir as emissões de gases com efeito de estufa, porque “uma boa parte do problema das emissões está associada à globalização.”
Vê-se que tudo parece estar ainda a ser anunciado um pouco no ar e com algum gosto pelo sensacionalismo, mas registam-se as previsões: as pessimistas e as optimistas, embora matematicamente não se anulem.
A.C.R.
*Editora “Lucerna”, S. João do Estoril, Tel. 214678710, Fax 214678719, Preço: 16,50 Euros
Já leu este livro?
Se sim, ganhará sempre em ler a desmontagem da “farsa” feita na obra acabada de aparecer nalgumas livrarias, em Lisboa pelo menos, pelos autores de "A Fraude de O Código Da Vinci".
São eles Carl E. Olson e Sandra Miesel, autores especializados americanos, especialistas nas matérias objecto da fraude.
Se não leu “O Código Da Vinci” mas sabe do êxito de vendas que tem sido, pode prevenir-se contra a burla intelectual, histórica e religiosa que aquilo é.
Aconselho vivamente “A Fraude de o O Código Da Vinci”*, até pelo seu grande humor.
A obsessão do défice das finanças públicas
Parece estar a crescer com este Governo.
É legítimo pensar que o Governo está a ficar paralisado por ela e que dificilmente chegará a governar de verdade.
Por isso se diz já que tem em curso uma premeditada “encenação” do défice, para alijar as responsabilidades pelo seu agravamento e pelas providências curativas que até hoje tem sempre rejeitado mas que vão ser inevitáveis.
Elas contrariarão de todo a habitual filosofia socialista da non-chalance para as “facilidades”.
Temem os fanáticos da via socialista que isso vá obrigar o Governo a medidas cada vez mais duras, interventivas e ditatoriais, que abram caminho a subtis restrições dos direitos humanos e políticos, seguidas talvez duma mudança do regime.
Realmente há precedentes históricos de défices instalados que abriram caminho a regimes autoritários.
Já por aí se escreve e diz até que quem vai aproveitar é Cavaco Silva, cuja candidatura à presidência da República só se compreenderá pela ambição de arrancar para um sistema presidencialista, em que ele será simultaneamente o presidente e o verdadeiro chefe do Governo.
Gaulismo à portuguesa ….
Talvez desorientado por tudo isto, José Pacheco Pereira atira-nos oportunamente com esta nos seu artigo de ontem no “Público”.
“(…”) fazia bem a Portugal o Estado ter muito menos dinheiro para ver se se abria uma oportunidade para não ter vícios.”
Vícios de despesismo compulsivo, principais causadores do défice incurável, entenda-se.
Será que JPP, habitualmente compreensivo para tudo que diga respeito ao “homem providencial” Cavaco Silva, também desta vez está a ficar receoso dessa “prova de confiança” sem reservas a que poderemos ter de deixar que nos sujeitem?....
Ou, pelo contrário, estará a acenar a C.S. para que se apresse?
Há porém piores expectativas ainda.
A “desglobailzação”, novo entretém de economistas.
Anteontem, em Lisboa, na conferência anual da “ASPO - Associação para o Estudo do Pico do Petróleo”, o investigador e professor do Instituto Superior Técnico, Manuel Collares Pereira, sustentou que, com o encarecimento do petróleo, o mundo poderá caminhar para uma desglobalização, à medida que a energia for ficando cada vez mais cara.
“Só é possível transportar produtos de um lado para o outro – explicou – porque o custo energético associado (ao transporte) é muito baixo. Com a energia mais cara, que é para onde caminhamos, a própria economia vai ter de se desglobalizar.”
Estou daqui a ver muita gente a suspirar de alívio, com tal golpe nas perspectivas globalizantes.
Haverá, porém, razões para tanto assim? A verdade é que a globalização não é filha só das facilidades de transporte.
Uma coisa é certa, em todo o caso, assegura o investigador-professor.
A redução de fluxo de mercadorias no planeta vai reduzir as emissões de gases com efeito de estufa, porque “uma boa parte do problema das emissões está associada à globalização.”
Vê-se que tudo parece estar ainda a ser anunciado um pouco no ar e com algum gosto pelo sensacionalismo, mas registam-se as previsões: as pessimistas e as optimistas, embora matematicamente não se anulem.
A.C.R.
*Editora “Lucerna”, S. João do Estoril, Tel. 214678710, Fax 214678719, Preço: 16,50 Euros