2004/12/16
Arruídos … mas fracos
E confusos, naturalmente, como é próprio de arruídos.
Chegam-nos das bandas do Largo das duas Igrejas. A rapaziada nacional-racialista anda desorientada com a antecipação das eleições. À volta da estátua do Épico discute-se, como se costuma dizer, acaloradamente, mas enregelada a malta, por causa dos ventos frios que sopram do mar, nas costas do monumento.
De facto, à rapaziada não agradou de nenhum modo a antecipação das eleições. Acham que o P. foi um sacana por não ter ouvido antes a expressão da “sua” fn. Houve mesmo quem gritasse que se deveria ter começado de imediato pelo assalto ao Palácio. Sem governo e sem P. nem P., quem defenderia o sistema, se até a gnr, fora a bt, está acantonada toda no Iraque, ou “cá e lá”, e as fa exclusivamente ao serviço dos propósitos tenebrosos do mdd?
Gorada, pois, a oportunidade dum fácil golpe de Estado, que fazer?
“Nada!” – gritaram os realistas, salvo seja.
Então alguém, inadvertidamente “com os pés no chão”, clama de súbito:
“Vamos às listas”!
“Que listas?!” – berra, outra vez estremunhado, o condottiere, esquecendo o sonoro p. que costuma ser a mais alta expressão da sua melhor grandiloquência.
“As listas, sim! Pois c’ havia de ser? … Seu burro!”
“Claro, claro! Não havia eu de saber outra coisa!” – compôs atarantadamente o grande líder, logo que pôde – “ Vão buscá-las ali aos correios. Tragam-me as listas telefónicas, já!”
O resto da malta, todo de gente muito inteligente, não conseguiu esconder completamente os sorrisos envergonhados. Para desfazer o acanhamento geral, um mais audaz saltou para o plinto da estátua, por baixo das barbas do Autor do canto IX, e soltou três ou quatro frases que de todo nos escaparam. Depois, com a pistola de Carnaval que sempre trazia consigo, para as ocasiões de grandes perigos, disparou uns tantos tiros para o ar que puseram todos em correrias, a caminho dos respectivos antros provinciais. Todos intimados pelo caudilho a ouvirem urgentemente, sobre a composição das listas de candidatos a deputados, as massas dos militantes locais da “sua” fn. “ E voltem depressa seus tarantas!”
Em breve terá, pois, de haver notícias.
A.C.R.
Chegam-nos das bandas do Largo das duas Igrejas. A rapaziada nacional-racialista anda desorientada com a antecipação das eleições. À volta da estátua do Épico discute-se, como se costuma dizer, acaloradamente, mas enregelada a malta, por causa dos ventos frios que sopram do mar, nas costas do monumento.
De facto, à rapaziada não agradou de nenhum modo a antecipação das eleições. Acham que o P. foi um sacana por não ter ouvido antes a expressão da “sua” fn. Houve mesmo quem gritasse que se deveria ter começado de imediato pelo assalto ao Palácio. Sem governo e sem P. nem P., quem defenderia o sistema, se até a gnr, fora a bt, está acantonada toda no Iraque, ou “cá e lá”, e as fa exclusivamente ao serviço dos propósitos tenebrosos do mdd?
Gorada, pois, a oportunidade dum fácil golpe de Estado, que fazer?
“Nada!” – gritaram os realistas, salvo seja.
Então alguém, inadvertidamente “com os pés no chão”, clama de súbito:
“Vamos às listas”!
“Que listas?!” – berra, outra vez estremunhado, o condottiere, esquecendo o sonoro p. que costuma ser a mais alta expressão da sua melhor grandiloquência.
“As listas, sim! Pois c’ havia de ser? … Seu burro!”
“Claro, claro! Não havia eu de saber outra coisa!” – compôs atarantadamente o grande líder, logo que pôde – “ Vão buscá-las ali aos correios. Tragam-me as listas telefónicas, já!”
O resto da malta, todo de gente muito inteligente, não conseguiu esconder completamente os sorrisos envergonhados. Para desfazer o acanhamento geral, um mais audaz saltou para o plinto da estátua, por baixo das barbas do Autor do canto IX, e soltou três ou quatro frases que de todo nos escaparam. Depois, com a pistola de Carnaval que sempre trazia consigo, para as ocasiões de grandes perigos, disparou uns tantos tiros para o ar que puseram todos em correrias, a caminho dos respectivos antros provinciais. Todos intimados pelo caudilho a ouvirem urgentemente, sobre a composição das listas de candidatos a deputados, as massas dos militantes locais da “sua” fn. “ E voltem depressa seus tarantas!”
Em breve terá, pois, de haver notícias.
A.C.R.