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2004/02/04

CLANDESTINIDADE 

Do livro “Em Defesa da Vida”
Editado por Nova Arrancada, S.A.

NUNO SERRAS PEREIRA


Os defensores da legalização do aborto argumentam que ela é necessária para acabar com o clandestino já que este provoca consequências na saúde da mulher e é a 2ª causa de morte materna (segundo os últimos dados, em Portugal, foram 3 as mortes num ano).

Ora, a experiência dos países onde ele foi liberalizado diz-nos que o clandestino não acaba e que aumenta em muito o número de mulheres que abortam (nos USA, até hoje, aumentou de 100.000 [clandestino] para 1.500.000 [legais], por ano!). Assim, não se “resolve” mas agrava-se o problema. Além de que, o aborto legal também afecta a saúde e o número de mortes que provoca nas mulheres “permanece o mesmo”. (R. Alcorn).

Acresce que assim como no caso da violação, por exemplo, que é um atentado horrível contra a mulher, ninguém procura torná-la legal e mais segura também no do aborto que é a morte deliberada de um bebé “o nosso objectivo não deve ser o de torná-lo mais seguro e o mais fácil possível mas sim o de arranjar alternativas e restrições legais para evitá-lo”. (R. Alcorn).

Se qualquer pessoa que queira abortar sabe onde o fazer e a quem deve recorrer como é que a polícia é a única a ignorá-lo? E se não ignora porque é que não age? E se age porque é que há um vazio judiciário? Se se está preocupado com as mulheres vítimas do aborto a solução não é despenalizá-lo mas acabar com o clandestino, pois, se as coisas funcionassem como deviam, o que, querendo, era viável, ele reduzir-se-ia drasticamente.

Não basta, porém, a defesa legal da vida é também necessária a “adopção de medidas sociais, familiares, morais e culturais” (D. António Ribeiro) que a reconheçam e a promovam.

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