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2004/01/22

O ABORTO E O DESPEDIMENTO 

Do livro “Em Defesa da Vida”
Editado por Nova Arrancada, S.A.

JOÃO CÉSAR DAS NEVES


Um dia, um político que se preparava para discursar num encontro para defender a legalização do aborto, teve um pequeno percalço. Enganou-se nos papéis e tirou do bolso um discurso que tinha feito na véspera, num sindicato, contra os despedimentos. Assim, quando chegou o momento de falar, ele levantou-se e disse:

Será que uma pessoa que não é desejada numa empresa pode ser posta fora sem apelo nem agravo? Será que, só porque o patrão acha que aquela pessoa está a mais ali, poderá ter a liberdade de a despedir, cortando-lhe os meios de sobrevivência e destruindo-lhe a vida familiar? Dizer que a empresa passará dificuldades se mantiver esse trabalhador não pode ter comparação com o direito do trabalhador a uma vida digna. Existem direitos mínimos da pessoa que têm de ser respeitados! E a lei tem de proteger esses direitos!

Nesse momento o político parou, atrapalhado, percebendo o erro que fizera. A audiência olhava para ele, surpreendida. Então, tossindo, para disfarçar, o político trocou os papéis e recomeçou a falar, dizendo:

Como é que a lei pode obrigar uma mãe a ter um filho que ela não deseja? Deve ser dada à mãe a capacidade de decidir se quer ter ou não dar a vida àquele filho. Se a mãe vai ter dificuldades na vida para educar seriamente aquele filho, ela deve ter a liberdade de decidir não ter o filho. Existem direitos mínimos da pessoa que têm de ser respeitados! E a lei tem de proteger esses direitos!

Nesse momento o político parou. A assembleia continuava a olhar para ele surpreendida. De repente, toda aquela gente tomou consciência da duplicidade de critérios da nossa sociedade. E perceberam como eles próprios, com a sua luta, criavam a maior injustiça, protegendo alguns e desprotegendo completamente outros. Compreenderam como eles afirmavam proteger a justiça, ao defender os trabalhadores mais fracos da exploração dos patrões e, no mesmo fôlego, queriam desproteger os mais fracos dos seres humanos, os bebés antes de nascerem. Notaram como lutavam denodadamente pelo direito ao emprego e lutavam denodadamente contra o direito à vida. “E todos, começando pelos mais velhos, se foram retirando”.

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