<$BlogRSDUrl$>

2010/07/06

Biologia das Nações 

Manuel Brás

É comum e recorrente comparar o funcionamento de estruturas sociais, mais ou menos complexas, com o funcionamento dos organismos biológicos. É por isso que talvez se possa também falar de uma biologia das Nações. Ao fim e ao cabo, as Nações nascem, crescem, reproduzem-se e morrem. É um facto: as Nações podem morrer. Mais: porque em política não há espaços vazios, não só podem morrer, como o seu espaço e as suas gentes são substituídas por outras quando morrem.

Ao fim de 900 anos Portugal pode morrer, como outras Nações e impérios já morreram ao longo da História. Resta saber se seremos capazes de resistir ao arco – meramente indicativo – de mil anos de História, ao ciclo de declínio em que entrámos.

Porque olhando para a História de Portugal, as últimas décadas foram de retracção, após séculos de crescimento, expansão e consolidação de um Império. Conseguiremos nós sobreviver livres e independentes com a estatura dos séculos XIV e XV? Ou estaremos na fase terminal?

Ainda que para alguns seja incómodo, podemos fazer uma comparação com o momento histórico e o ciclo de vida dos EUA. Duzentos e trinta e quatro anos, feitos há poucos dias, de um país integrante da civilização ocidental, que reuniu gentes de várias proveniências e territórios, se tornou independente e poderoso, afirmando-se durante o século XX como uma das maiores potências mundiais, se não a maior de todas, e indiscutivelmente a maior potência do mundo ocidental, quer se goste ou não, com todos os seus erros e virtudes.

Com duzentos e trinta e quatro anos, Portugal estava em plena juventude de D. Nuno Álvares Pereira, poucos anos antes da crise de 1383-85, portanto numa fase da vida perfeitamente capaz de afirmar a sua liberdade e independência, como veio a acontecer, e a pouco mais de um século de ser tornar uma das principais potências mundiais, sendo certo que a expansão dos séculos XV e XVI não surgiu de improviso, teve uma atempada preparação, o que significa que teve por trás uma visão, uma estratégia, uma vocação, uma missão na História.

Seremos hoje capazes de ser livres e independentes, como em séculos anteriores? Ou será que a aproximação milenar da existência – um arco temporal meramente indicativo – é um sinal de irreversível decadência e morte?

Porque existem sinais de decadência e morte, sendo o declínio demográfico o principal e mais grave.

Em que fase da vida está Portugal e estamos nós, portugueses?

Etiquetas:


This page is powered by Blogger. Isn't yours?

  • Página inicial





  • Google
    Web Aliança Nacional