2006/09/21
“Ainda o 11 de Setembro”
Do Dr. Jaime Nogueira Pinto in “O Futuro Presente”
Por certo um bom amigo mandou-me ontem esse texto do Dr. Jaime Nogueira Pinto, datado de anteontem, 19.
Já há muito que não lia o Autor, porque, que eu repare, deixou de escrever nos jornais por onde passo os olhos.
Tenho de confessar que me deleitei.
Não especialmente com a tese que se ocupa a defender, a respeito de a guerra americana do Iraque ter sido ou não uma “guerra errada” e porquê, mas por outra razão, talvez mais fútil, mas que a mim quase me comoveu de saudades.
Oh! que tempos idílicos eram aqueles antes do 11 - 09.
Tão terríveis têm sido os tempos ao depois, que até quase obliterámos as felicidades desses anos já imemoriais!
O Dr. JNP – conta ele – estava em Londres, chegado na véspera de Lisboa, a caminho de Washington DC (para que não haja dúvidas).
De manhã encontrara-se com o Gen. João de Matos (quem será?), por certo personalidade de muito vulto, dado o contexto em que nos f.f. de referi-lo.
Em Washington DC deveria o Dr. JNP encontrar-se, no dia seguinte, com Walter Kansteiner, Secretário de Estado Adjunto para os Assuntos Africanos.
Logo africanos!
O Dr. JNP tratou de fazer o seu check-in, onde foi agradavelmente surpreendido com uma espontânea promoção (upgrading) do seu Business Bilhete para First Class, com as devidas maiúsculas, naturalmente, e os igualmente naturais cumprimentos da gerência, embora, naturalmente também, o Dr. JNP não no-lo revele.
Do 11 de Setembro, até então, nada ainda, mas, logo a seguir, enquanto dava uma volta pelas lojas para matar o tempo, um empregado muito educado que, ao ver o seu First Class Bilhete – perdão, Ticket! – lhe disse: Sir! Parece haver qualquer perturbação em Nova Iorque, um ataque terrorista ou parecido, mas penso que será coisa comedida.
Enganava-se o simpático empregado que, bem educado, não terá querido alarmar inutilmente um viajante de First Class.
Por sorte, a Zézinha, embora também daquele lado do Atlântico, estava longe dos acontecimentos, no Panamá à ilharga, numa reunião da SECIB (infelicidade a nossa, não termos à mão um dicionário de siglas!).
Em vez de Nova Iorque e Washington DC, pernas para que vos quero, Lisboa todos.
Onde a família, depois de tais transes, pôde enfim reunir-se logo a 12, não por susto, mas porque o Senhor Kansteiner (S.E.Adj. A. Africanos) de certo terá a tempo informado o Dr. J.NP que, naquela perturbação toda, provocada pela imprevidência e incompetência da CIA, não poderia recebê-lo antes de tudo acalmar de novo.
Esperamos todos os que o lêem que isso já tenha acontecido.
God bless America!
E a todos nós, os nostálgicos de tempos que não voltam, que bem merecemos algumas pequenas compensações.
Obrigado ao Dr. Jaime N.P.!
A.C.R.
Já há muito que não lia o Autor, porque, que eu repare, deixou de escrever nos jornais por onde passo os olhos.
Tenho de confessar que me deleitei.
Não especialmente com a tese que se ocupa a defender, a respeito de a guerra americana do Iraque ter sido ou não uma “guerra errada” e porquê, mas por outra razão, talvez mais fútil, mas que a mim quase me comoveu de saudades.
Oh! que tempos idílicos eram aqueles antes do 11 - 09.
Tão terríveis têm sido os tempos ao depois, que até quase obliterámos as felicidades desses anos já imemoriais!
O Dr. JNP – conta ele – estava em Londres, chegado na véspera de Lisboa, a caminho de Washington DC (para que não haja dúvidas).
De manhã encontrara-se com o Gen. João de Matos (quem será?), por certo personalidade de muito vulto, dado o contexto em que nos f.f. de referi-lo.
Em Washington DC deveria o Dr. JNP encontrar-se, no dia seguinte, com Walter Kansteiner, Secretário de Estado Adjunto para os Assuntos Africanos.
Logo africanos!
O Dr. JNP tratou de fazer o seu check-in, onde foi agradavelmente surpreendido com uma espontânea promoção (upgrading) do seu Business Bilhete para First Class, com as devidas maiúsculas, naturalmente, e os igualmente naturais cumprimentos da gerência, embora, naturalmente também, o Dr. JNP não no-lo revele.
Do 11 de Setembro, até então, nada ainda, mas, logo a seguir, enquanto dava uma volta pelas lojas para matar o tempo, um empregado muito educado que, ao ver o seu First Class Bilhete – perdão, Ticket! – lhe disse: Sir! Parece haver qualquer perturbação em Nova Iorque, um ataque terrorista ou parecido, mas penso que será coisa comedida.
Enganava-se o simpático empregado que, bem educado, não terá querido alarmar inutilmente um viajante de First Class.
Por sorte, a Zézinha, embora também daquele lado do Atlântico, estava longe dos acontecimentos, no Panamá à ilharga, numa reunião da SECIB (infelicidade a nossa, não termos à mão um dicionário de siglas!).
Em vez de Nova Iorque e Washington DC, pernas para que vos quero, Lisboa todos.
Onde a família, depois de tais transes, pôde enfim reunir-se logo a 12, não por susto, mas porque o Senhor Kansteiner (S.E.Adj. A. Africanos) de certo terá a tempo informado o Dr. J.NP que, naquela perturbação toda, provocada pela imprevidência e incompetência da CIA, não poderia recebê-lo antes de tudo acalmar de novo.
Esperamos todos os que o lêem que isso já tenha acontecido.
God bless America!
E a todos nós, os nostálgicos de tempos que não voltam, que bem merecemos algumas pequenas compensações.
Obrigado ao Dr. Jaime N.P.!
A.C.R.