2010/08/30
Sakineh e as fraquezas da modernidad
Não é de espantar, infelizmente, sobretudo para aqueles que nunca tiveram quaisquer ilusões ou expectativas acerca do regime iraniano actual, a condenação de Sakineh à morte.
O caso está a ser examinado pelos tribunais, o que demora um certo tempo, a decisão não está ainda definitivamente tomada, parecendo que pode ser revertida. Oxalá as petições e os tímidos protestos baseados na palavra e em acções simbólicas, que se têm levantado um pouco por todo o Ocidente em defesa desta mulher, cumpram o seu propósito diante das autoridades iranianas de lhe pouparem a vida. Mas não deixa de ser marcante o contraste com os ruidosos protestos que se fariam ouvir na imprensa e nas ruas europeias se alguma coisa que a isto se pudesse minimamente assemelhar acontecesse no Ocidente. Há gente com sorte nos media. Ahmadinejad é um desses.
No entanto, a modernidade ocidental tem fraquezas estruturais, tais como fortes contradições, incoerências e crescentes arbitrariedades, provocadas pelo abandono da razão e da lógica, que por sua vez resulta do abandono das suas raízes históricas. E talvez seja por causa disso que os protestos são frouxos e pouco convincentes. É que argumentar que “toda e qualquer condenação à morte, onde quer que ela seja pronunciada, é uma barbaridade”, “um acto de cobardia”, “a negação do primeiro dos direitos de todo o ser humano, o facto de ser uma vida particular e única” perde força e consistência perante as tendências legislativas na Europa dos últimos anos para facilitar e liberalizar o aborto, entre outras práticas agilizadoras da morte a granel. Um homicídio é sempre um homicídio, qualquer que seja a idade ou o tamanho da vítima. Um ser humano nascituro não deixa de o ser só pelo facto de uma lei estabelecer arbitrariamente que não é sujeito de direitos nem de protecção jurídica até certa idade.
Não é a primeira vez que líderes de países islâmicos denunciam sinais inequívocos de decadência nas sociedades ocidentais, com os quais não se identificam e repudiam. As autoridades iranianas podem questionar que moral tem uma sociedade que aprova eliminar os seus próprios filhos para condenar esta sentença. Até eles vêem isso…
manuelbras@portugalmail.pt
O caso está a ser examinado pelos tribunais, o que demora um certo tempo, a decisão não está ainda definitivamente tomada, parecendo que pode ser revertida. Oxalá as petições e os tímidos protestos baseados na palavra e em acções simbólicas, que se têm levantado um pouco por todo o Ocidente em defesa desta mulher, cumpram o seu propósito diante das autoridades iranianas de lhe pouparem a vida. Mas não deixa de ser marcante o contraste com os ruidosos protestos que se fariam ouvir na imprensa e nas ruas europeias se alguma coisa que a isto se pudesse minimamente assemelhar acontecesse no Ocidente. Há gente com sorte nos media. Ahmadinejad é um desses.
No entanto, a modernidade ocidental tem fraquezas estruturais, tais como fortes contradições, incoerências e crescentes arbitrariedades, provocadas pelo abandono da razão e da lógica, que por sua vez resulta do abandono das suas raízes históricas. E talvez seja por causa disso que os protestos são frouxos e pouco convincentes. É que argumentar que “toda e qualquer condenação à morte, onde quer que ela seja pronunciada, é uma barbaridade”, “um acto de cobardia”, “a negação do primeiro dos direitos de todo o ser humano, o facto de ser uma vida particular e única” perde força e consistência perante as tendências legislativas na Europa dos últimos anos para facilitar e liberalizar o aborto, entre outras práticas agilizadoras da morte a granel. Um homicídio é sempre um homicídio, qualquer que seja a idade ou o tamanho da vítima. Um ser humano nascituro não deixa de o ser só pelo facto de uma lei estabelecer arbitrariamente que não é sujeito de direitos nem de protecção jurídica até certa idade.
Não é a primeira vez que líderes de países islâmicos denunciam sinais inequívocos de decadência nas sociedades ocidentais, com os quais não se identificam e repudiam. As autoridades iranianas podem questionar que moral tem uma sociedade que aprova eliminar os seus próprios filhos para condenar esta sentença. Até eles vêem isso…
manuelbras@portugalmail.pt
Etiquetas: Em Defesa da Vida, Em defesa do Ocidente