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2006/08/07

O problema do Líbano não é religioso, moral ou ideológico, nem político: É um problema de geostratégia, isto é, de vida ou de morte. 

O que se passa no Próximo ou Médio Oriente, a guerra do Líbano em especial, não é um jogo de que nos possamos alhear ou em que possamos tomar ou deixar de tomar partido levianamente, ao sabor das nossas preferências e simpatias pessoais.

É uma questão de vida ou de morte para a nossa civilização!

Também não é, como muitos pensam, uma questão que se resolva por juízos e anátemas históricos, políticos, religiosos, morais ou ideológicos.

Os que na guerra estão empenhados, do lado dos muçulmanos, não jogam a feijões nem por mero prazer lúdico de jogar ou capricho de obter o reconhecimento universal das vitórias olímpicas, ou mesmo das disputas pelos prémios Nobel.

Não! Os adversários de Israel e dos EUA proferiram sentença de morte contra Israel, contra os EUA e contra a Europa inteira, ameaçando recuperar aqui as fronteiras do séc. X na Península Ibérica, que levaram até Poitiers.

Sabe-se agora como eles tomam a sério as suas ameaças, pois que a guerra a Israel no Líbano não é outra coisa senão a tentativa de cumprir a ameaça de suprimir o Estado judeu.

Se ganhassem agora, ficaríamos sem qualquer razão para pensar que não tentariam pôr em execução a ameaça contra a Europa.

Explico-me melhor: se a ameaça contra a Europa não for executada, ficaremos a devê-lo apenas a Israel e aos EUA, que estão a tirar para nós as castanhas do lume e nós a vermos de longe outros fazerem o serviço por nós e para nós, numa neutralidade vergonhosa que começa a meter nojo.

Porque não avança a Europa decididamente para a tão falada força de ocupação do sul do Líbano, encarregada simultaneamente de desarmar o Hezbollah e impedir os confrontos militares entre os actuais adversários?

A França quer chefiar essa força e fazer o trabalho que, a ser completado, obrigaria finalmente a Europa a dar garantias de que Israel não será aniquilado?

Seria óptimo que a Europa finalmente assumisse nesta velha questão as enormes responsabilidades que teve na criação do problema e que continua a ter no seu desenvolvimento.

Mas não esqueçamos: o problema não é fundamentalmente religioso, não é estritamente político, nem moral, nem ideológico.

É geostratégicamente um problema do Ocidente.

Não podemos perdê-lo no tabuleiro da geostratégia, porque seria perdê-lo em todos os demais planos. Israel é geostrategicamene ocidental. Repito: a sua derrota seria uma derrota de todo o Ocidente. E tão grave o Ocidente como a longo prazo foi, para a URSS, a sua derrota na Guerra Civil de Espanha.

António da Cruz Rodrigues (A.C.R.)

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