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2011/10/10

De sachola na mão 

Desde há várias décadas que a agricultura, tal como a gravidez e a maternidade, é socialmente mal vista em Portugal. Enfim, coisa de gente atrasada dum país atrasado, condenada à pobreza e à miséria, da qual convém fugir quanto antes. Há vinte anos, ou pouco mais, punha-se em marcha um plano para reduzir a actividade agrícola em Portugal, porque o desenvolvimento, desenhado à imagem e semelhança da então CEE, impunha a redução da população dedicada à agricultura. Para isso, financiaram-se inúmeros projectos, incluindo o financiamento do set aside, isto é por não cultivar e para não cultivar. Do resultado do financiamento de tantos projectos não consta ter havido qualquer avaliação séria. Avaliar é arranjar problemas... Em qualquer caso a agricultura portuguesa, como actividade relevante, quase desapareceu, ficando para amostra alguns agricultores e empresários de sucesso, que são excepção, que mais fazem lembrar o homem que morde o cão.

Hoje, com a crise, não há programa de televisão que não faça a apologia dos produtos agrícolas, da produção nacional - lembraram-se agora do patriotismo - e da agricultura de subsistência. De um momento para o outro, a agricultura, antes tida como coisa de ultramontanos e saloios, transformou-se, por artes mágicas, no futuro do País e da economia.

Voltou-se ao "produzir e poupar", do antigo Presidente do Conselho.

manuelbras@portugalmail.pt

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